Sobre a pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que apontou Alagoas como estado brasileiro onde a atualização entre as mortes e a inserção dos dados no sistema do Ministério da Saúde mais demora, o pesquisador e professor Gabriel Bádue – do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, vinculado à Faculdade de Nutrição da Ufal, – evidencia as deficiências relacionadas à testagem.

O intervalo entre a morte por Covid-19 e a atualização deste registro no sistema do Ministério da Saúde chega a 47 dias em Alagoas. É o atraso mais longo entre os estados da Federação, conforme levantamento feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado esta semana.

“Uma recente pesquisa publicada por pesquisadores da Fiocruz apontou que Alagoas é o estado que apresenta o maior intervalo entre a ocorrência de óbitos e sua notificação, o que é mais uma evidência do impacto que as deficiências relacionadas à testagem têm no reconhecimento do cenário epidemiológico e no planejamento de ações de prevenção e controle da transmissão”, explica Bádue.

De acordo com o pesquisador, conforme o Observatório Alagoano tem pontuado desde o início da divulgação das avaliações semanais da pandemia da Covid-19 em Alagoas, um dos gargalos para o enfrentamento da pandemia no estado está relacionado às deficiências da política de testagem, fundamental no estabelecimento de estratégias de prevenção e controle.

Gabriel Bádue ressalta, ainda, o número elevado de casos suspeitos registrados diariamente nos informes epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). 

Nessa quinta-feira (18), de acordo com boletim, há 14,5 mil casos em investigação laboratorial. “Em comparação com as demais unidades da federação, Alagoas fica à frente apenas do Maranhão, com 10.533 testes para cada 100 mil habitantes”, acrescenta.

O levantamento da Fiocruz leva a crer que não é possível ter com exatidão o número de óbitos causados pela Covid em Alagoas. As notificações são de responsabilidade dos municípios, acompanhadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).