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Nº 5885
Cidades Queda no número de mamografias feitas em Alagoas é consequência da pandemia

NÚMERO DE MAMOGRAFIAS RECUA 43%

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Por TATIANNE BRANDÃO | Edição do dia 20/03/2021 - Matéria atualizada em 20/03/2021 às 04h00

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, que ocorreu no dia 8 de março, um número negativo tem preocupado especialistas em Alagoas. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o número de mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu 43% no ano de 2020, devido à pandemia do novo coronavírus. Conforme o MS, em 2019, foram realizados, em todo o ano, 48.373 exames de mamografia em Alagoas. Em 2020, no entanto, esse número caiu drasticamente para 27.323. O medo de contrair a Covid-19 elevou esse índice negativo. E a preocupação é a médio e longo prazo, que pode desencadear diagnósticos tardios e um consequente aumento no número de casos de câncer de mama nas mulheres alagoanas. Para o ano de 2020 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres. No Brasil, a taxa de mortalidade na população feminina brasileira foi de 14,23 óbitos/100.000 mulheres em 2019. Alagoas tem uma taxa estimada de 37,04 casos para cada 100 mil mulheres. Para a Sociedade Brasileira de Mastologia, a redução das mamografias poderá prejudicar muitas mulheres com o aumento do tumor e menor chance de cura e de uma sobrevida mais longa. A nível Brasil, o Ministério da Saúde, afirma que o número de mamografias realizadas pelo SUS caiu entre janeiro e julho de 2020, em comparação com os anos anteriores. As mamografias realizadas até julho somaram 1,1 milhão, contra 2,1 milhões nos mesmos períodos de 2018 e 2019. Uma queda de cerca de 45%. “A queda no número de exames de mamografia durante a pandemia reflete uma diminuição do rastreio do câncer de mama, com uma diminuição por parte das mulheres na procura por profissionais de saúde, fazendo com que as pacientes com câncer de mama sejam menos diagnosticadas, diminuindo, assim, o diagnóstico precoce”, afirma o médico Diego Nunes Ele alerta sobre a importância do diagnóstico precoce para um tratamento adequado e com menos riscos às pacientes. “O diagnóstico precoce é o que aumenta as chances de cura da paciente. Com sua diminuição, teremos, em pouco tempo, um aumento significativo de pacientes com diagnóstico de doença avançada, com morbidade elevada e pouca chance de cura. Para saúde pública, é de enorme preocupação, uma vez que vai gerar uma sobrecarga ainda maior do sistema, atrasando os tratamentos e gerando a necessidade de intervenções mais caras”. A preocupação dos especialistas é com o aumento no número de mortes causadas pela doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), somente em Alagoas, a expectativa é de 620 novos casos de câncer de mama nos anos de 2021 e 2022. O especialista defende a realização do exame e diz que, apenas o autoexame, não é suficiente para diagnosticar a doença. No SUS, a mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios. “Teremos um aumento no número de mortes por câncer, mais um trauma para a sociedade. E o autoexame não substitui a mamografia, a paciente deve sempre realizar os exames de rastreio e procurar atendimento médico”.

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