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Nº 5881
Cidades Atualmente, Maceió está com o percentual de ocupação de UTIs em 89%, diz boletim

NÚMERO DE PACIENTES INTERNADOS EM UTI AVANÇA 209% EM 2021

No começo do ano, quantidade de leitos de UTI disponíveis em Alagoas era de 187, agora são 367

Por Hebert Borges | Edição do dia 26/03/2021 - Matéria atualizada em 26/03/2021 às 04h00

O número de pacientes com Covid-19 internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em Alagoas aumentou 209% desde o início de 2021 até a última quinta-feira (25). Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) apontam que, no primeiro dia do ano o Estado tinha 103 pessoas nessa situação, já na última quinta-feira (25) este número chegou a 319.

No começo do ano, a quantidade de leitos de UTI disponíveis para o tratamento de pacientes com Covid-19 era de 187, agora são 367. Caso o número de leitos tivesse permanecido inalterado, atualmente o Estado estaria vivendo um caos na Saúde Pública.

Atualmente, Maceió está com o percentual de ocupação de UTIs em 89%, com 192 leitos ocupados, dos 215 totais. No interior, a ocupação é de 84%, com 127 leitos ocupados, dos 152 totais. Cidades como São Miguel dos Campos e Palmeira dos Índios estão com ocupação de 100% nos leitos de UTI.

Este ano foi confirmada a circulação de novas variantes do coronavírus em Alagoas. As novas cepas do vírus são mais transmissíveis. No dia 18 de fevereiro deste ano, a Sesau confirmou a detecção em Alagoas da nova variante brasileira do novo coronavírus, surgida no Amazonas e denominada de P1. A divulgação aconteceu por meio de uma Nota Técnica emitida, após o órgão ter recebido o resultado emitido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, responsável por examinar amostras de material biológico de pacientes alagoanos.

A nova variante foi identificada em duas alagoanas das cidades de Viçosa e de Anadia. A paciente de Viçosa tem 36 anos e viajou para Manaus (AM) no mês de janeiro, onde permaneceu na capital do Amazonas por quatro dias. Ao retornar da viagem, a paciente apresentou os sintomas do novo coronavírus.


Atualmente, Maceió está com o percentual de ocupação de UTIs em 89%, diz boletim
Atualmente, Maceió está com o percentual de ocupação de UTIs em 89%, diz boletim - Foto: Carla Cleto/Agência Alagoas
 

O segundo caso é de uma idosa de 64 anos, que não viajou para o Amazonas e não teve contato com nenhuma pessoa do território amazonense ou de qualquer outro Estado brasileiro. Isso mostra que a nova variante P1 do novo coronavírus está em circulação em Alagoas.

Já na última quarta-feira (25), cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já identificaram a presença de dez linhagens do coronavírus no Estado. Destas, três são variantes da doença. Foram detectadas em amostras alagoanas as variantes B.1.1.7, conhecida como variante do Reino Unido; P.1, conhecida como variante do Amazonas e P.2, conhecida como variante do Rio de Janeiro. A Fiocruz analisou 92 genomas de Alagoas.

As informações constam no endereço eletrônico da Rede Genômica Fiocruz, que divulga dados sobre as mutações do vírus causador da Covid-19. O painel dinâmico da instituição mostra que as variantes P1 e P2 são as mais presentes nas amostras alagoanas enviadas à Fiocruz em fevereiro.

Além disso, a Fiocruz informou na terça-feira (23) que, em mais um achado inédito, pesquisadores da Fundação identificaram importantes alterações na estrutura da proteína Spike (S) do vírus SARS-CoV-2 em circulação no Brasil. Onze sequências genéticas apresentaram deleções na região inicial da proteína e em quatro ocorreu inserção de alguns aminoácidos. Duas amostras analisadas são de Alagoas e se trata de pacientes provenientes do estado do Amazonas ou com histórico de viagem à região

A proteína Spike é associada à capacidade de entrada do patógeno nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.

Os cientistas ressaltam que, até o momento, poucos genomas apresentam as alterações e que ainda não se caracteriza como a formação de uma nova linhagem do SARS-CoV-2. Entretanto, alertam que é preciso permanecer com o monitoramento para acompanhar se vírus com essas alterações não aumentarão de frequência.

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