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Pandemia

COVID SE ESPALHA PELA PERIFERIA E BAIRROS DA ÁREA NOBRE DE MACEIÓ

Bairros com mais mortes são Benedito Bentes, Jacintinho, Cidade Universitária, Ponta Verde e Jatiúca

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Esdras Andrade diz que 48 dos 50 bairros da capital apresentaram aumento nos casos
Esdras Andrade diz que 48 dos 50 bairros da capital apresentaram aumento nos casos -

A Covid afetou de forma ainda mais cruel os pobres e pretos, muitos sem acesso aos serviços básicos, como saúde e educação. Mas a doença não parou por aí. Os boletins emitidos com dados que mostram onde residiam as vítimas da pandemia confirmam que o coronavírus faz estrago também nos bairros nobres de Maceió. Até poucos meses atrás, os casos e mortes estavam mais concentrados na periferia da capital. Agora, bairros como a Ponta Verde, Jatiúca, Farol e Mangabeiras aparecem com aumento de infectados e óbitos. A Ponta Verde, por exemplo, que tem pouco mais de 40% do número de habitantes do Tabuleiro do Martins, registra 87 mortes provocadas pelo coronavírus e o bairro da parte alta da cidade contabilizou 83. Os dois têm praticamente a mesma quantidade de infectados: 3,5 mil. A localidade próxima à orla marítima registra quase o mesmo número de casos do Jacintinho, que tem o triplo do número de habitantes. Os dados são da última sexta-feira (26). Os cinco bairros de Maceió com mais mortes são o Benedito Bentes, Jacintinho, Cidade Universitária, Ponta Verde e Jatiúca, respectivamente com 121, 115, 112, 87 e 85 vítimas que não resistiram à Covid. Em relação à quantidade de notificações da doença, quatro das cinco localidades com mais óbitos também têm mais casos. Da lista apresentada, Tabuleiro do Martins substitui a Jatiúca com mais infectados. “A Ponta Verde, que tem um índice de criticidade 5, vem se destacando dos demais bairros neste comparativo. Isto significa que dentro das últimas 8 semanas, este bairro esteve em 5 na situação de crescimento dos casos da doença. Diante desses números, não é por acaso que eles figuram no topo dessas estatísticas, mesmo havendo distinções extremas no padrão de vida dos moradores dos bairros considerados de elite (Ponta Verde e Jatiúca) em relação àqueles tidos como populares (Jacintinho, Benedito Bentes, Cidade Universitária e Tabuleiro do Martins)”, explica Esdras Andrade, geógrafo do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Na avaliação de Esdras, de certa forma há uma interligação entre essas localidades, estando associado às relações profissionais, no qual os bairros da parte baixa da cidade ofertam boa parte da mão de obra de serviços e comércio disponível na capital; enquanto que a população dos bairros da parte alta demandam por essas ocupações. Há infectados pelo coronavírus em todos os bairros de Maceió e apenas Garça Torta e Pescaria não têm mortos pela Covid. Essas duas localidades têm, juntas, 177 casos, de acordo com painel de informações interativas sobre a pandemia da Secretaria de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). Segundo Esdras Andrade, na semana (14 a 20/03) em que completou um ano do primeiro decreto de isolamento social em função dos primeiros casos da Covid-19 em Alagoas, o município de Maceió registrou a pior situação na evolução da doença neste período. “Segundo o monitoramento espacial que vem sendo realizado pelo Grupo de Trabalho sobre a Covid do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente da Ufal, 48 dos 50 bairros da capital apresentaram crescimento nos casos de coronavírus e outros dois permaneceram estáveis (Mutange e Jaraguá). No entanto, ao analisar os dias compreendidos entre 19 e 25 deste mês, houve diminuição em 43 bairros e em somente três foram registrados crescimento (Riacho Doce, Ponta Grossa e Ipioca)”, detalhou Esdras Andrade.

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