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Nº 5759
Cidades

Moradores acusam governo de negligenciar projeto habitacional

Os moradores do Conjunto Denisson Menezes, situado atrás do Presídio Baldomero Cavalcanti, acusam a Secretaria Municipal de Habitação de negligência com o projeto de reforma e acabamento dos imóveis. Eles denunciaram, ontem, que os empreiteiros da secret

Por | Edição do dia 14/01/2004 - Matéria atualizada em 14/01/2004 às 00h00

Os moradores do Conjunto Denisson Menezes, situado atrás do Presídio Baldomero Cavalcanti, acusam a Secretaria Municipal de Habitação de negligência com o projeto de reforma e acabamento dos imóveis. Eles denunciaram, ontem, que os empreiteiros da secretaria destelharam as casas, cerca de 10, para iniciar o serviço e desapareceram, alegando falta de material, deixando as famílias expostas a sol e chuva. Gerdilane Firmino dos Santos, uma das diretoras da Associação Comunitária, disse que todo dia recebe reclamação da vizinhança. “As pessoas cobram de nós, que representamos a entidade dos moradores, uma posição. Já reclamei na Secretaria de Habitação, mas recebi a resposta de que está faltando material. É um absurdo ter tirado a coberta das casas sem checar, antes, se havia material disponível para concluir a obra”, reclamou. A coordenadora municipal do Programa Habitar Brasil/BID, Simone Bentes, esclarece que foi dada aos moradores a alternativa de desocupar os imóveis enquanto durassem as reformas, transferindo-os para casas de parentes ou para um galpão comunitário no próprio conjunto, mas eles preferiram permanecer nas casas, que ficam na quadra 1. Ela admite ter tomado conhecimento de que faltou material para dar andamento à reforma nas casas, iniciada pouco dias antes do Natal, mas desconhecia o problema do telhado, uma vez que não recebeu nenhuma reclamação de moradores sobre o assunto. Simone informa que a madeira para uso no telhado dos imóveis foi entregue ontem à tarde e que as obras terão andamento a partir de hoje. No total, 103 casas serão beneficiadas com reformas. O projeto de urbanização do Denisson já entregou 379 casas de alvenaria aos moradores, além de imóveis onde foram instalados posto de saúde, PM Box e centro comunitário. O conjunto também foi beneficiado com infra-estrutura básica de água, energia, pavimentação e saneamento e as famílias estão inseridas num programa social com ações educativas, de saúde e de cursos para geração de trabalho e renda, entre outras. Santa Helena A moradora Gerdilane Firmino também reclama da morosidade da Habitação em construir casas no Conjunto Santa Helena, vizinho ao Denisson Menezes. “Estamos aqui há cinco anos sem que as casas tenham sido beneficiadas. Cada morador retirado da favela, às margens da BR, próximo ao Hospital Universitário, fez uma casa embrião no terreno doado pela Prefeitura. A promessa foi de que, depois, a Secretaria de Habitação faria um investimento nas casas, construindo um banheiro decente, aumentando um ou dois quartos, enfim, melhorando a morada. Mas até agora não fomos beneficiados”, desabafou. Segundo os moradores, foram doados cerca de 700 lotes no Santa Helena, onde os proprietários construíram, com sacrifício, casas simples, no estilo quarto, sala e cozinha. “Algumas pessoas fizeram banheiro, outras não. Ninguém entende o critério da secretaria na hora de escolher fazer a reforma. Tem gente cuja casa recebeu melhorias em pouco tempo, ganhando novos quartos e banheiro. No meu caso, minha família é grande. Só pude fazer um quarto e até hoje, cinco anos depois, a ampliação nunca foi feita”, desabafou Maria Nazaré Leite da Silva, mãe de oito crianças. Cícero da Silva também está indignado. Ele reclama da qualidade do material usado nas reformas promovidas pela Habitação nas casas populares dos conjuntos Santa Helena e Lucila Toledo. “Nas casas onde houve reforma, o reboco é feito só com barro. Não tem cimento. Quando a gente passa a mão o reboco sai. É preciso que o Ministério Público fiscalize esse serviço porque nós desconfiamos de que esteja havendo mal uso dos recursos. Nós fizemos a casa embrião, mas na secretaria consta uma firma como responsável pela construção do conjunto. Outro descaso é com o fornecimento de água. A administradora desliga a bomba aleatoriamente. A gente fica sem água e nem sequer somos avisados. Não é com um tratamento desses que a prefeitura vai evitar favela às margens da lagoa”, criticou.

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