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Nº 5790
Cidades

Especialista revela aumento da obesidade entre pobres

O professor do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Haroldo Pereira, alertou durante a Conferência Estadual de Segurança Alimentar que a população brasileira vive uma fase de transição nutricional. “Paulatinamente, estão s

Por | Edição do dia 15/01/2004 - Matéria atualizada em 15/01/2004 às 00h00

O professor do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Haroldo Pereira, alertou durante a Conferência Estadual de Segurança Alimentar que a população brasileira vive uma fase de transição nutricional. “Paulatinamente, estão sendo reduzidas as prevalências de desnutrição e aumentando as prevalências de obesidade”, advertiu. Ele enfatizou, no entanto, que os índices de desnutrição no País continuam altos, principalmente na Região Nordeste. Alagoas e Maranhão são os Estados que encabeçam essa liderança. Ao fazer a apresentação do panorama da situação nutricional da população brasileira aos participantes da Conferência, Ferreira advertiu que a obesidade está se tornando um problema tão importante quanto a desnutrição. E apesar da miséria, as camadas mais pobres da população também estão passando por essa fase de transição nutricional. Essas mudanças no perfil nutricional da população são atribuídas a alguns fatores sociais, como a redução do número de pessoas nas famílias - cuja média caiu de 8 para dois filhos -, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a maior cobertura dos serviços na área de assistência e saúde. E ainda a modificação do perfil de ocupação dos trabalhadores, com 80% deixando o setor primário (no campo) para os setores secundário e terciário (áreas urbanas). A alteração de hábitos alimentares, com um consumo cada vez maior de comidas industrializadas, também é apontada como fator de mudança do perfil nutricional. Diagnóstico O professor conclui também que a baixa estatura, um índice de desnutrição, no início da vida, se associa a doenças como hipertensão na vida adulta. Ele acrescentou que nos estudos sobre a desnutrição no Brasil não foram levados em conta outros problemas como o índice de anemia, falta de vitamina A e fome oculta, que se configura na carência de microingredientes. Para o professor, qualquer política de segurança alimentar não terá um bom resultado se não houver um diagnóstico da situação nutricional da população. “O problema da fome é muito mais que um simples prato de comida”. (M. F. A)

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