Consea define cria��o de�minist�rio como equ�voco
O representante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Francisco Menezes, afirmou ontem que a criação de um ministério exclusivo para cuidar do Fome Zero o Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar (Mesa) -, foi um dos equívocos c
Por | Edição do dia 15/01/2004 - Matéria atualizada em 15/01/2004 às 00h00
O representante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Francisco Menezes, afirmou ontem que a criação de um ministério exclusivo para cuidar do Fome Zero o Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar (Mesa) -, foi um dos equívocos cometidos pelo governo federal na execução do programa. Para Menezes, o programa deveria ter um caráter intersetorial, pois outros ministérios, como da Saúde e Educação, também desenvolvem ações que dizem respeito à segurança alimentar. Representante do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar no Consea, Menezes veio a Alagoas para participar da 1a Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Alagoas, encerrada ontem, no auditório do Senai. A conferência reuniu cerca de 300 participantes e definiu a escolha dos 30 delegados alagoanos que participarão da Conferência Nacional, no período de 17 a 20 de março, em Olinda (PE). O principal objetivo da Conferência Nacional é propor diretrizes para uma política nacional de segurança alimentar e nutricional. Segundo Menezes, efetivamente o Brasil nunca teve uma política dessa natureza. O próprio governo reconhece, no decreto que convocou à conferência nacional, que o Fome Zero não representa essa política, observou. A implantação de uma política nacional de segurança alimentar é um processo longo e exige transformação inclusive cultural. O representante do Consea enfatizou que é preciso investir em políticas efetivas que superem as causas geradoras da insegurança alimentar. E que nas políticas emergenciais como a de distribuição de cestas básicas - é preciso vencer o risco do assistencialismo. E acentuou que a Conferência Nacional também servirá conhecer as experiências desenvolvidas no Estado para superar os fatores de insegurança alimentar, que não se resume à questão da fome. Insegurança alimentar Além da fome, são considerados fatores de insegurança alimentar a obesidade, doenças associadas à alimentação, consumo de alimentos de qualidade duvidosa, preços abusivos e produção de alimentos com estrutura predatória em relação às normas alimentares. O Brasil está vivendo problemas do Primeiro Mundo, como a obesidade, sem superar os problemas do Terceiro Mundo. De acordo com Menezes, o País tem alto índice de exclusão social, atingindo um conjunto significativo da população. A exclusão social só será superada quando forem vencidas as profundas desigualdades sociais que existem no País. O secretário coordenador da Célula de Desenvolvimento Humano, Reinaldo Falcão, explicou que não foi possível realizar em Alagoas as conferências municipais de Segurança Alimentar, que deveriam escolher os delegados para a conferência estadual. Mesmo nessa condição, o Estado conseguiu autorização do Consea para realizar a conferência estadual que definiu os delegados para a nacional. (M.F.A.)