Cidades
COVID: PROJEÇÕES APONTAM NÚMERO RECORDE DE MORTES EM ABRIL
De acordo com pesquisador, no pior cenário Estado pode registrar média diária de 60 óbitos


Alagoas está à beira de um colapso, situação crítica proporcionada principalmente pela disseminação de variantes do coronavírus. A avaliação é de Sérgio Lira, pesquisador e professor universitário que cita projeções do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) que apontam que Alagoas pode atingir o total 5 mil óbitos até o fim deste mês. “A disseminação de variantes preocupantes, o desrespeito ao uso de máscaras e às medidas de distanciamento coloca Alagoas na mesma situação crítica em que o resto do país se encontra: à beira do colapso”, explica Lira, do Instituto de Física da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). De acordo com o pesquisador, os dados de internações em leitos de UTI da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau/AL) mostram que “vivemos uma forte ascendente de hospitalizações (dobrando o número de leitos ocupados a cada mês) e recentemente atingimos um platô próximo da ocupação máxima disponível; portanto em breve teremos uma parte destas pessoas infelizmente vindo a óbito”, explica Sérgio Lira.

“O estudo da Universidade de Washington prevê que, no pior cenário, Alagoas poderia chegar no fim de abril com um total acumulado de quase 5 mil óbitos e uma taxa de cerca de 60 mortes diárias. É importante ressaltar que projeções numéricas como esta captam a tendência atual da pandemia mas não são completamente inevitáveis: população e governo precisam intensificar as medidas de prevenção para evitar o pior dos cenários e salvar vidas”, ressalta o pesquisador.
MOMENTO PREOCUPANTE

A Gazeta pergunta ao médico Marcos Ramalho, diretor do Hospital Metropolitano, se diante de problemas como o descumprimento de protocolos que podem agravar a transmissão da Covid, como acredita que serão os meses de abril e maio em Alagoas em relação à pandemia. “Já estamos enfrentando o maior momento da pandemia em Alagoas e no Brasil todo e em Alagoas não é diferente. Já tivemos no Brasil mais quatro mil mortes em um só dia, isso nos preocupa enquanto profissional da saúde que está na linha de frente”, afirma. Segundo Marcos Ramalho, o estudo da Universidade de Washington reforça a importância da sociedade nesse enfrentamento à pandemia. “Expandir leitos é importante, contratação de profissionais é importante, mas as medidas de distanciamento, de higienização e uso de máscara até que tenha vacinação em massa são primordiais no enfrentamento. Só vamos vencer essa batalha se todo mundo entender a sua responsabilidade nessa guerra”, declara Ramalho. Na semana passada, o Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, previu 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil ao longo do mês de abril. Segundo uma pesquisa da instituição o número de mortos pode chegar a 436 mil no dia 4 de maio.