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Nº 5693
Cidades Chuvas - Riacho Salgadinho.
FOTO: GILBERTO FARIAS

PROJETO PARA RECUPERAR O SALGADINHO FICARÁ PRONTO EM 18 MESES

Prefeitura quer que Estado use parte dos R$ 2,2 bilhões recebidos pela outorga dos serviços de saneamento em obras na capital

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 17/04/2021 - Matéria atualizada em 17/04/2021 às 04h00

A poluição do riacho Salgadinho há mais de 40 anos desafia as administrações municipais. O prefeito JHC, depois de percorrer a cidade, se reunir com o secretariado para avaliar os estragos da chuva, decidiu enfrentar também os problemas do Salgadinho. Afirmou à Gazeta que vai investir forte na despoluição do riacho que divide a cidade. Ao jornal Extra, JHC disse que o projeto será financiado com recursos externos da ordem de R$ 77 milhões. O projeto, segundo o prefeito, ficará pronto em 18 meses. Ele quer também que parte dos mais de R$ 2 bilhões que o governo do Estado faturou com a concessão da outorga dos serviços de água e esgoto para a empresa BRK Ambiental seja aplicada no saneamento da cidade e recuperação do Salgadinho. O Salgadinho foi o maior obstáculo dos prefeitos que prometeram e não conseguiram recuperá-lo. Há inclusive o episódio de outubro de 2000, quando a então prefeita Kátia Born (PDT) tomou banho na praia da Avenida para provar, segundo ela, que a praia estava livre da poluição. O caso ganhou repercussão nacional e provocou dúvidas nos laudos do Instituto Estadual do Meio Ambiente que, até hoje, considera a região imprópria para banho. O saneamento de Maceió e de 12 municípios metropolitanos é um dos compromissos do contrato que levou a BRK Ambiental a ganhar a licitação da concessão da exploração do serviço de distribuição de água, coleta e tratamento do esgoto da Casal. A transação rendeu ao governo de Alagoas R$ 2,2 bilhões. Além do governo, a empresa compromete também investir mais de R$ 2,6 bilhões no saneamento dos municípios.

FISCALIZAÇÃO

A Casal esclareceu que os cursos de água e as galerias de águas pluviais que chegam às praias fazem parte da drenagem da cidade. “Deveriam levar, em tese, somente água da chuva. Essas estruturas não são operadas pela Casal. Quem cuida da drenagem das cidades sempre são os municípios”, disse o presidente da companhia, Clécio Falcão. “São os municípios que devem fazer limpeza e dar manutenção nas galerias de águas pluviais, bem como fiscalizar o lançamento de efluentes de forma clandestina nas galerias que deságuam nas praias”, afirmou. “Nenhuma de suas redes coletoras de esgoto tem como destino as galerias de águas pluviais. Todas as redes operadas pela Casal na parte baixa da cidade seguem para o Emissário Submarino”.

Sobre a reclamação a respeito do riacho Ferrugem de poluir a praia de Cruz das Almas, Falcão explicou que cabe aos órgãos ambientais verificar e comprovar a situação, bem como identificar e punir os infratores que despejam esgoto nesse manancial. “Em Cruz das Almas e em Jacarecica, a Casal opera estações elevatórias de esgoto desde 2019, quando o sistema de esgotamento da região foi concluído pela Seinfra e repassado para a companhia operar. A operação ocorre normalmente, tanto em período de seca quanto de chuva. A chegada da estação chuvosa em nada interfere no funcionamento do sistema”.

Ele explicou que a estação elevatória na margem do riacho, perto da foz, foi instalada pela prefeitura em 2005. O equipamento passou a coletar a água do riacho, que era barrada em tempo seco, e bombeada por um coletor para o canal de águas pluviais que desce da Grota do Cigano, na Avenida Gustavo Paiva. “A responsabilidade por essa estação sempre foi da prefeitura”.

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