A doméstica Maria Aparecida da Conceição deu entrada, ontem, na Comissão de Defesa das Minorias Étnicas da OAB, numa ação criminal contra as Lojas Americanas, por racismo, difamação e danos morais. “Meus dois filhos, de 12 e 13 anos, foram pegos pelos seguranças e acusados de furto. Fomos expostos a constrangimento por uma suspeita, pois o fato não aconteceu e tenho como provar”, desabafou. De acordo com Aparecida, que prestou depoimento ao advogado Alberto Jorge dos Santos, enquanto ela se dirigiu ao caixa, as crianças continuaram observando a sessão de chocolates e avistaram um bombom com a embalagem rasgada. “A atitude deles foi de procurar um moço da loja e avisar sobre o produto aberto. Alguém passou ali, tirou um pedaço e largou no mesmo lugar. A embalagem estava violada e faltava um pedaço do chocolate. O segurança brigou com eles, chamou-os de ladrões e vieram em minha procura. Houve um escândalo na loja. Eu estava saindo do caixa, pois paguei uma caixa de chocolate que escolhemos. O segurança pediu para ver a nota fiscal, pois não acreditou que eu tinha pago aquela caixa. Isso só aconteceu porque somos negros”, denunciou. O advogado Alberto Jorge disse que vai pedir uma ação indenizatória no valor de 500 salários mínimos a loja, pelo crime de calúnia e constrangimento a vítima. Mas, de acordo com ele, também cabe uma ação por crime de racismo.