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Nº 5790
Cidades

Desembargador cobra a��es contra crime organizado

O desembargador Orlando Manso considera-se sob ameaça de morte e cobra “ações eficazes” do governo do Estado no combate ao crime organizado. As afirmações, acrescidas de críticas ao governo do Estado, constam de um ofício encaminhado pelo desembargador ao

Por | Edição do dia 23/01/2004 - Matéria atualizada em 23/01/2004 às 00h00

O desembargador Orlando Manso considera-se sob ameaça de morte e cobra “ações eficazes” do governo do Estado no combate ao crime organizado. As afirmações, acrescidas de críticas ao governo do Estado, constam de um ofício encaminhado pelo desembargador ao secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino, e publicado no Diário Oficial de ontem, na seção reservada ao Poder Judiciário. Citando matérias veiculadas em semanários alagoanos – nas quais é apontado como um dos alvos do ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, (preso no Baldomero Cavalcanti há seis anos), Manso diz que uma “torrente de tensões continua a abater a sociedade”, referindo-se especialmente a autoridades que “não medem esforços na adoção de providências de enfrentamento aos abusos e crimes de pistolagem praticados em Alagoas, pelos bandidos de farda ou sem ela”. Afirmando que “não se combate essa situação com promessas simplistas do governo do Estado”. Quanto à segurança da sociedade, Manso pede ações mais eficazes e imediatas e desafia o governo a mostrar sua posição em relação ao crime: “Esse pleito precisa encontrar firmeza nas autoridades, no ataque imediato a esse conjunto de questões, sob pena de o governo do Estado de Alagoas revelar-se mergulhado nos subterrâneos do crime organizado”. Ainda citando matérias de semanários, a interpretação do desembargador, expressa no ofício, é de que esteve ou está na mira de bandidos “e de políticos sem escrúpulos deste Estado que, para fazer vingar suas ambições políticas, não se pejam de associar-se a criminosos da pior espécie”. Ele não especifica nomes de políticos. O desembargador cita nominalmente o ex-tenente-coronel Cavalcante e “os governantes da época”, dizendo que “se esses personagens estiverem juntos, nada pode ser descartado do que foi dito, tão só porque, hoje, entre si, no farejar da vida uns dos outros, os focinhos não se deparam com uma atmosfera de limpeza”. Manso afirma, no ofício, que “em matéria de crime organizado Alagoas já atingiu estágio avançado”, e diz que “a retomada do aquecimento às práticas dessas lamentáveis ocorrências, invariavelmente, tem se dado por conta de recuos amargos das investigações”, citando como exemplos os assassinatos do tributarista Sílvio Vianna, em outubro de 1996, e da deputada federal Ceci Cunha, em dezembro de 1998, ambos ainda impunes. Ainda no documento publicado, Orlando Manso diz acreditar que só não foi assassinado logo depois de Sílvio Vianna, “em face da repercussão dos fatos”. Em outro trecho do ofício, o desembargador demonstra ceticismo em relação às medidas de combate ao crime adotadas até agora, dizendo esperar que a Secretaria de Defesa Social se articule e concentre o foco e a eficiência das investigações, “porque se torna urgente que o governo de Alagoas transforme sua retórica em realidade”.

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