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Nº 5759
Cidades

Favela �s margens da lagoa sofre com falta d’�gua

Os moradores do Dique Estrada aprovam a ação da Prefeitura de Maceió, que iniciou, ontem, um mutirão de limpeza na orla lagunar, mas se dizem insatisfeitos por não serem ouvidos pela administração municipal para dizer quais as prioridades da área, uma

Por | Edição do dia 03/03/2004 - Matéria atualizada em 03/03/2004 às 00h00

Os moradores do Dique Estrada aprovam a ação da Prefeitura de Maceió, que iniciou, ontem, um mutirão de limpeza na orla lagunar, mas se dizem insatisfeitos por não serem ouvidos pela administração municipal para dizer quais as prioridades da área, uma das mais pobres da capital. O mutirão de limpeza, que começa na Rua Óseas Rosa (a partir do canteiro próximo ao muro da Brasken) em direção ao trilho ferroviário (na Cambona) vai durar duas semanas. Só que, para muitos moradores, o abastecimento de água é mais importante e deveria ser incluído nas ações do mutirão. “Tem dia que sai até briga na fila da água”- explicou a dona de casa Tânia Cardoso, que vive com o marido e três num dos barracos da favela Dique Estrada. Todos os dias, ela perde entre duas e três horas para encher os baldes com os quais tira água de uma torneira nas dependências do Papódromo. O abastecimento é um problema grave que tem transtornado a vida daquela comunidade. “Ninguém vive sem água”- reclamou Josefa Gomes da Silva, outra moradora que sofre para manter a casa limpa, lavar roupas e preparar a alimentação da família. Segundo ela, embora a única torneira disponível esteja dentro da área do Papódromo, a água é controlada pelo dono de um bar localizado na margem oposta. “Quando ele abre as torneiras do outro lado a água não chega até aqui. Temos que ir até lá implorar pra ele liberar a água do nosso lado”- salientou Ana Paula da Silva, cuja família, composta de 6 pessoas, entre elas, três filhos menores, sofre com a carência no abastecimento. Todas as donas de casa concordam que a limpeza das ruas, do mangue e dos canteiros é importante, mas entendem que a prefeitura deveria adotar providências para solucionar um problema que consideram mais grave. “A gente é quem sabe o que falta por aqui”- declarou Tânia Cardoso. Educação O objetivo do mutirão de limpeza, afirmou a superintendente municipal de Limpeza Urbana, Rosa Tenório, é manter a cidade limpa e ao mesmo tempo investir em educação ambiental. “Queremos a população como parceira”- ressaltou ela, que considera o mutirão uma ação mais eficiente que apenas a retirada do lixo. A administração pública disponibilizou técnicos da Vigilância Sanitária, Secretaria de Meio Ambiente, do Centro de Zoonoses e da Somurb para desenvolver atividades na área do Dique Estrada. Segundo a secretária Rosa Tenório, a orientação é para que animas soltos sejam apreendidos, sejam feita a podação e capinação, limpeza de bocas-de-lobo e retirados todo entulho das áreas de mangue. “Vamos limpar toda a área e manter a fiscalização para que a população se conscientize da importância da limpeza urbana”- garantiu a superintendente da Slum. Segundo Rosa Tenório, uma equipe de técnicos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) também participa da ação, para orientar os pescadores quanto ao processo de preservação do complexo lagunar. (BL)

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