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Cidades

MAIS DE 600 MIL PESSOAS DE GRUPOS PRIORITÁRIOS AINDA NÃO FORAM VACINADAS

Público inclui trabalhadores da saúde, idosos, quilombolas, indígenas e pessoas com comorbidades

Por regina carvalho | Edição do dia 01/05/2021 - Matéria atualizada em 01/05/2021 às 04h00

Com base nos dados do Ministério da Saúde, Alagoas tem quase 1,1 milhão de pessoas nos grupos considerados prioritários. Desse total, cerca de 446 mil - ou 40% - receberam a primeira dose da vacina contra a Covid. Faltam ser imunizados mais de 600 mil, público que envolve principalmente trabalhadores da saúde, idosos, quilombolas, indígenas, pessoas com comorbidades e institucionalizadas com mais de 60 anos. Até o dia 29 de abril, segundo o Ministério da Saúde, Alagoas recebeu 852,3 mil vacinas - Coronavac e AstraZeneca - contra a Covid-19. Desse total, foram aplicadas 640 mil doses na população, sendo 446 mil como primeira dose e 194 mil com a segunda. Para o professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, Gabriel Bádue, que coordena o Observatório Alagoano de Políticas Públicas para Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC), como tem sido amplamente relatado pela imprensa, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, não tem conseguido cumprir o cronograma previsto no Plano Nacional de Imunização, o que têm causado atrasos na vacinação em todo o território nacional.

“Nesse contexto, há três semanas o ritmo da vacinação em Alagoas vem diminuindo. Na 14ª SE, entre os dias 04 e 10/04, foram aplicadas aproximadamente 128 mil doses, na 15ª SE cerca de 88 mil e na última semana epidemiológica, encerrada no último sábado foram aproximadamente 67 mil doses. Portanto uma redução de quase 50% no referido período”, lembra Bádue.

Longe da imunidade coletiva Segundo o professor Gabriel Bádue, considerando que as evidências disponíveis apontam para a necessidade de 60% a 70% da população ser vacinada para que se tenha a imunidade coletiva e que a população adulta, apta até aqui para receber a vacina, corresponde a 2/3 da população alagoana, estamos longes de alcançar esse índice. “A título de ilustração, mantendo a média de vacinação registrada nas três últimas semanas, ou seja, aplicando 94 mil doses por semana, concluiremos a vacinação em cerca de 39 semanas, portanto, somente em janeiro de 2022. No entanto, dadas as últimas informações veiculadas pela imprensa, é pouco provável que consigamos impor esse ritmo no curto prazo (próximas semanas), o que atrasará ainda mais o processo vacinal”, avalia Gabriel Bádue. De acordo com o Ministério da Saúde, a relação entre doses recebidas e aplicadas mostra que mais de trinta municípios alagoanos utilizaram todos ou quase todos os imunizantes: São Sebastião, Roteiro, Feira Grande, Joaquim Gomes, Porto Real do Colégio, Pariconha, Maceió, Palmeira dos Índios, Limoeiro de Anadia, São José da Tapera, Murici, Piranhas, Lagoa da Canoa, Maribondo, Ibateguara, Coité do Noia, Ouro Branco, Quebrangulo, Santana do Mundaú, Paripueira, Paulo Jacinto, São Brás, Tanque D’arca, Belo Monte, Belém, Chã Preta, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Mar Vermelho, Feliz Deserto, Jacuípe e Pindoba. Situação é complicada, afirma Cosems O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems) Rodrigo Buarque afirmou que o problema da falta das segundas doses da vacina Coronavac, utilizada contra a Covid-19, é de âmbito nacional. Ele lembra que o ministro da Saúde Marcelo Queiroga admitiu em entrevista no dia 26 de abril, no Senado Federal, que não há estoque de vacina suficiente para a aplicação da segunda dose contra a Covid-19. “Portanto a situação é complicada não apenas para Alagoas, mas neste momento todos os municípios dos Estados estão vivenciando esta dificuldade. A saída encontrada foi a prorrogação do prazo da segunda dose para 28 dias conforme recomenda a própria bula da vacina”, reforçou Rodrigo. O titular do Cosems/AL disse que, enquanto isso, está havendo mobilização de todos os entes federativos do Conass e Conasems junto ao MS para encontrar uma solução adequada para que a população não seja prejudicada. “O Cosems-AL continuará apoiando os municípios e lutando para garantir as vacinas para a população alagoana”. Após mais de três meses desde que foi iniciada a vacinação contra a Covid no Brasil, não se sabe exatamente quando a maioria da população estará imunizada. A quantidade reduzida de doses enviadas levou estados - dentre eles Alagoas - a suspender ou limitar a imunização. Sem doses suficientes, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL) decidiram na semana passada estender o prazo para aplicação da segunda dose da Coronavac, passando de 21 para 28 dias. A situação se agravou com a diminuição nas remessas enviadas pelo Ministério da Saúde - em decorrência da falta de insumos - que ocasionou a redução da capacidade de produção do Instituto Butantan. Cobrança Segundo a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), com o atraso do envio para os estados de novas doses da Coronavac, que obrigou a muitos municípios prorrogarem de 21 para 28 dias a aplicação da segunda dose, os prefeitos querem evitar uma corrida vacinal. O presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley reconhece que é muito difícil para o estado e os municípios cumprirem o que foi pactuado, se o governo federal não dá transparência ao quantitativo existente no país. “Se há falta de vacinas, até para D2, não se pode avançar,” diz o presidente da AMA. O momento é de tomar medidas conjuntas para garantir a segunda dose para os que já foram vacinados.

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