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Nº 5759
Cidades Levantamento mostra que 46,7% dos profissionais de saúde de Maceió são da enfermagem

COVID: ENFERMAGEM TEM QUASE METADE DOS INFECTADOS EM MACEIÓ

Dos 4.261 profissionais da saúde infectados, 1.204 são técnicos de enfermagem e 788 enfermeiros, aponta levantamento do município

Por regina carvalho | Edição do dia 08/05/2021 - Matéria atualizada em 08/05/2021 às 04h00

Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aponta que 4.261 mil dos mais de 70 mil casos confirmados de Covid em Maceió são profissionais da saúde que atuam em unidades da capital. Desse total, 46,7% são da enfermagem (28,2% técnicos e 18,5% enfermeiros), 14,3% são médicos, 3,51% odontólogos e 3,50% fisioterapeutas. Dos 4.261 profissionais da saúde infectados, 1.204 são técnicos de enfermagem e 788 enfermeiros (com oito mortes). Além de 609 médicos que atuam em unidades de saúde da capital, assim como 150 odontólogos e 149 fisioterapeutas. O restante é formado por outras categorias da área. Para Charlles Petterson Andrade de Omena, integrante do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, a pandemia escancarou a falta de apoio aos profissionais da saúde em Alagoas, que no ano passado sofreram com a escassez de equipamentos de proteção individual.

“A gente teve dificuldade porque faltavam os equipamentos e quando chegavam eram de qualidade duvidosa. Esse problema foi solucionado e a gente tem os equipamentos disponibilizados. Essa pandemia surgiu para mostrar também, dentre outras coisas, o quanto que não só os fisioterapeutas, mas outros profissionais de saúde são desvalorizados porque os salários pagos são baixos e a gente sabe que a dignidade do profissional passa também pela remuneração e fornecimento de condições de trabalho”, avalia Charlles Petterson.

Segundo o integrante do Conselho Regional de Fisioterapia, há processos seletivos em vigor, mas o apadrinhamento político fala mais alto. “A gente vê em Alagoas processos seletivos em vigência, mas o grande número de profissionais está com o chamado contrato precário e a gente sabe que no serviço público ou você entra por concurso ou por processo seletivo. Então esse precarizado nem existe legalmente. A gente vê muita gente entrando por contratos, por apadrinhamento político, e isso é muito ruim porque a qualidade do profissional que não foi submetido a uma seleção por concurso público acaba sendo de qualidade baixa. O indivíduo está sendo contratado não pela sua competência técnica mas pelo nível da sua amizade com o gestor. Isso é muito ruim para a saúde como um todo”, explica.

ATUAÇÃO NA PANDEMIA

Já Giuliana Mafra, presidente do Sindicato dos Odontologistas no Estado de Alagoas (Soeal), lembra que os profissionais sempre estiveram na linha de frente durante a pandemia. “E somos uma das categorias mais afetadas pelo risco da contaminação por Covid-19. Estamos no topo da pirâmide de contágio. E o índice não é maior devido aos protocolos sanitários preconizados pela Anvisa, a redução dos procedimentos odontológicos que geram aerossóis, e a conquista da vacinação em massa dos cirurgiões-dentistas da rede pública e privada”, explica a presidente da entidade. Guiliana Mafra lembra que, no início da pandemia, devido ao alto risco de contaminação dos profissionais e dos pacientes, além da contaminação cruzada durante atendimento odontológico, foram suspensos, em caráter preventivo, os procedimentos eletivos considerados não emergenciais. Além disso, inicialmente, havia carência de EPIs e quando tinham, eram de qualidade duvidosa. A presidente do Sindicato lembrou ainda que os profissionais do grupo de risco por comorbidades foram afastados por meio de decreto expedido pela Prefeitura de Maceió. “Apesar de os profissionais da Odontologia já estarem acostumados com a utilização da maior parte dos EPIs, em sua rotina de atendimento, surgiu a necessidade de adaptação a algumas situações como uso dos respiradores (máscaras N95 E PFF2) e viseiras faciais (face shield), que estavam escassos devido a alta demanda dos profissionais de saúde em geral num país totalmente despreparado para enfrentar a pandemia”, acrescenta a presidente da Soeal.

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