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Nº 5885
Cidades Taxa de recuperação é alta, principalmente para pacientes que buscam os tratamentos adequados

“SEQUELA É UMA REALIDADE E PRECISA DE TRATAMENTO”

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Por Lucas Carvalho | Edição do dia 08/05/2021 - Matéria atualizada em 08/05/2021 às 04h00

O coordenador do Centro de Tratamento de Sequelas, Emerson da Silva Caetano, calcula que, com um fluxo diário de novos casos, atualmente há diversos pacientes que ainda estão em tratamento na unidade desde o ano passado, variando de 6 a 7 meses de permanência até agora. Segundo Emerson, ao procurar o serviço de saúde, muitos pacientes já chegam fisicamente debilitados e psicologicamente abatidos. “A sequela é uma realidade e precisa de tratamento clínico e emocional. Não se resolve com o tempo”, salienta. O coordenador explica que, uma vez encaminhados ao Centro, são realizados os vários outros encaminhamentos necessários, para cada uma das especialidades. Ele frisa ainda que não se pode subestimar a gravidade das sequelas. “É muito importante o acompanhamento. São situações complexas e perigosas que, não sendo tratadas, se agravam. Temos pessoas que se tornaram diabéticas, ou com risco de infarto, e isso precisa ser evitado. A sequela tem que ter acompanhamento”, alerta.

DANOS NEUROLÓGICOS

Para encontrar uma explicação sobre as essas diversas manifestações, o infectologista Fernando Maia esclarece que o processo inflamatório que o coronavírus provoca afeta o sistema neurológico do paciente, alterando as leituras do cérebro, e podendo causar ainda alterações sistêmicas no endotélio – os tecidos internos dos vasos sanguíneos – o que justifica a alteração das taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose. Atendendo há 20 anos no Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) e docente da Universidade Federal de Alagoas e da Unsisal, o médico afirma que, em 2020, chegou a atender mais de 4000 casos referentes a à infecção pelo coronavírus, e deles, um número significativo desenvolveu alguma sequela. “Essas alterações são mais frequentes em casos mais violentos da Covid, e em geral duram poucos meses. Mas, é uma doença nova. Não há resposta definida. O tempo de recuperação varia, e, até onde sabemos, a não recuperação também uma possibilidade”, salienta.

Mesmo assim, segundo ele, a taxa de recuperação é alta, principalmente para pacientes que buscam os tratamentos adequados. “As pessoas chegam ao clínico geral ou ao infectologista e nós fazemos os diversos encaminhamentos necessários. Com medicamento e reabilitação, as síndromes pós-Covid, em sua maioria, são revertidas. Mas cada caso é um caso”, conclui. LR

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