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Nº 5694
Cidades Krerley Oliveira: “Naturalmente, torcemos que haja um aporte grande de novas vacinas”

IMUNIZAÇÃO CONTRA A COVID PODE SE ESTENDER ATÉ INÍCIO DE 2023 EM AL

Como o envio de doses pelo Ministério da Saúde ainda é considerado insuficiente e lento, alagoanos podem ter que esperar mais tempo

Por regina carvalho | Edição do dia 15/05/2021 - Matéria atualizada em 17/05/2021 às 16h10

O processo de vacinação contra a Covid depende de variações como a quantidade de imunizantes disponíveis e o tipo de vacina a ser aplicado. Mas como o envio de doses pelo Ministério da Saúde ainda é considerado insuficiente e lento, alagoanos podem ter que esperar mais tempo do que gostariam até que seja completado o ciclo vacinal.

“Naturalmente isso é sujeito a grandes variações, principalmente à disponibilidade de vacinas e do tipo de vacina usado, uma vez que os prazos de aplicação da segunda dose podem variar de 1 a 3 meses. Sobre toda a população maior que 20 anos estimada em 2020, a mesma estimativa indica o início de 2023. Naturalmente, torcemos que haja um aporte grande de novas vacinas e que o quadro mude. Enquanto isso, a população deve tomar todos os cuidados mesmo após ser vacinada”, declara o professor Krerley Oliveira, coordenador do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), membro do projeto Modcovid19 e do Observatório Covid BR.

O pesquisador completa que “considerando o ritmo médio de vacinação dos últimos 30 dias em Alagoas pode-se estimar o fim da imunização de 80% dos grupos prioritários para o início de 2022, levando-se em conta o prazo necessário para a aplicação da segunda dose”. Essa estimativa, ressalta Krerley Oliveira, leva em consideração o ritmo médio de vacinação dos últimos 30 dias em Alagoas de primeiras doses de aproximadamente 3.200 e de segundas doses de cerca de 4.200.

O grupo ModCovid19, um dos que Krerley Oliveira faz parte, é formado por pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP de São Carlos (ICMC), Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp (IMECC), do Instituto de Matemática Pura e Aplicada do Rio de Janeiro (IMPA), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio).

O grupo busca desenvolver modelos matemáticos capazes de simular fenômenos, comportamentos e possíveis cenários ligados à pandemia de Covid-19. Em relação à imunidade coletiva, segundo o professor Krerley Oliveira, há muitos estudos sobre o assunto e não existe consenso se um dia vamos atingi-la. “Por exemplo, não existe imunidade coletiva para os vírus da gripe ou hepatite. Neste momento, alguns especialistas acreditam que o surgimento de novas cepas e o descompasso no processo vacinal podem manter a pandemia entre nós por muitos anos”, conclui.

DADOS DO MS

Até a última quinta-feira (13), Alagoas aplicou 745, 2 mil doses de vacinas contra a Covid do total de 1,1 milhão enviadas pelo Ministério da Saúde. Compõem os grupos prioritários 1,1 milhão de pessoas - trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com comorbidades, indígenas, quilombolas, forças de segurança e salvamento - dentre outros. Segundo o Ministério da Saúde, 510,3 mil pessoas receberam a primeira dose da vacina e 234,8 mil a segunda.

O último relatório do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, avaliação em Alagoas até a 18ª Semana Epidemiológica de 2021, mostra que considerando que a população adulta alagoana é de aproximadamente 2,2 milhões de pessoas e que entre os imunizantes aplicados no Brasil são necessárias duas doses para completar a imunização, o estado precisa de cerca de 4,4 milhões de doses para a cobertura vacinal do público alvo, que corresponde a cerca de 67% da população.

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