Seguradoras amea�am descredenciar m�dicos
A rodada de negociações entre a Comissão de Honorários dos médicos credenciados e a Sulamérica Seguros de Saúde, ocorrida ontem, na Sociedade de Medicina, em Maceió, decepcionou os profissionais. O representante da operadora Luiz Antônio Blotta não trouxe
Por | Edição do dia 17/03/2004 - Matéria atualizada em 17/03/2004 às 00h00
A rodada de negociações entre a Comissão de Honorários dos médicos credenciados e a Sulamérica Seguros de Saúde, ocorrida ontem, na Sociedade de Medicina, em Maceió, decepcionou os profissionais. O representante da operadora Luiz Antônio Blotta não trouxe nenhuma proposta concreta da empresa; anunciou que vai acompanhar as decisões da Federação das Seguradoras (Fenaseg) e advertiu os médicos que a suspensão do atendimento pode caracterizar quebra do contrato e, conseqüentemente, descredenciamento do profissional pelo Plano. Ele insinuou ainda que a pressão dos profissionais de saúde pode levar a Sulamérica a sair do ramo. Os acionistas querem retorno financeiro. Se não dá para a saúde, vão para outro ramo. Se não conseguem receber para pagar os serviços, saem do mercado, observou ele. O tom das colocações do representante da operadora não passou despercebido pelos representantes das entidades que compõem a Comissão de Honorários. Eles ameaçam com o descredenciamento por descumprimento de contrato, mas nós mostramos que Maceió está unida nesse movimento e decidida a implantá-lo. Estamos num processo de conscientização da categoria e vamos permanecer unidos, mesmo correndo riscos de descredenciamento, porque a nossa tabela está extremamente defasada e estamos há 10 anos sem reajuste, diz o médico Cléber Costa Oliveira, representante da Sociedade de Medicina. Mobilização Na mesa de negociações ele rebateu o discurso de que as Seguradoras de Saúde não têm tido lucros, dito pelo representante da Sulamérica, mostrando um recorte de jornal com o balanço Bradesco, segundo o qual, 16% dos lucros obtidos no ano passado foram com o Saúde Bradesco, o que significou mais de R$ 2 milhões. A comissão informou que vai manter a mobilização e aguardar qualquer avanço nas negociações até 31 de março. A partir daí os atendimentos pelo plano serão suspensos. Os pacientes serão atendidos, mas terão que pagar o procedimento médico pela tabela de classificação, e cobrar o ressarcimento das operadoras. (F.A.)