Histórico
PRÉDIO CENTENÁRIO NO BAIRRO DE JARAGUÁ É ALVO DE VÂNDALOS
O prédio não só expõe a destruição da história, mas também a falha no cumprimento da lei municipal, sancionada no ano de 1990


Tombado por ser patrimônio histórico cultural de Alagoas, o prédio Trapiche Novo, onde funcionava o Banco do Brasil, no tradicional bairro de Jaraguá, em Maceió, está sendo alvo de vândalos que estão o descaracterizando.
A reportagem da Gazeta de Alagoas foi até o local após receber a denúncia do abandono e, ao chegar ao local, os olhos dos repórteres foram tomados pelo abandono da história. Já da calçada é possível observar os primeiros estragos: a ausência da porta principal, além de fios soltos e de parte do gesso, que era usado como divisórias e teto arrancados, por terem sido furtados. O prédio não só expõe a destruição da história, mas também a falha no cumprimento da lei municipal, sancionada em 1990, que determina o tombamento de prédios centenários, proibindo demolição e descaracterização. Segundo trabalhadores da região, que costumam passar pelas vias do tradicional bairro, é comum a presença de pessoas furtando o que restou do prédio no período noturno. A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente que, por meio de nota, informou que o proprietário do imóvel foi notificado nessa terça-feira (18), e tem o prazo de dez dias para apresentar as devidas providências, no sentido de zelar pela guarda e conservação do patrimônio histórico. O descumprimento das exigências pode resultar na aplicação de uma multa, correspondente a 25% do valor do imóvel, além da obrigação do infrator em reconstituir as características originais da edificação. A Secretaria ressalta que possui o mapeamento de 374 edificações de valor histórico, localizadas nas Zonas Especiais de Preservação Cultural (ZEP) e Unidades Especiais de Preservação Cultural (UEP), em diversas rotas históricas de ocupação da cidade. Os vereadores João Catunda (PSD), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Turismo e Esporte, e Samyr Malta (PTC), presidente da Comissão de Fiscalização de Aplicabilidade das lei municipais, foram questionados por meio das respectivas assessorias. Samyr Malta disse que irá "solicitar informações, pois estamos fazendo estudos das leis que não estão sendo cumpridas". Já João Catunda, conforme a assessoria, está analisando o assunto juntamente com o presidente da Câmara e o chefe de gabinete do vereador. Por sua vez, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que não existem prédios tombados pelo instituto em Maceió.