A ampliação da vacinação contra a Covid-19 para mais grupos de pessoas possibilitou o acesso de mais cidadãos ao imunizante. Contudo, há quem se recuse a receber a vacina. Tal situação tem provocado debates acerca do que fazer com os trabalhadores que, podendo, optam por não se vacinar. Um grupo que passa por esse debate, atualmente, é o dos profissionais da Educação. De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL), Eduardo Vasconcelos, representantes de escolas ligaram para o sindicato para pedir orientação a respeito de como proceder com os professores que recusam a vacina da Covid-19. O sindicalista explica que a primeira orientação é o convencimento, mas a demissão é uma consequência possível, o que se tem dúvida é se pode ser por justa causa. “Estamos pedindo para tentar o convencimento e se há alguma justificativa plausível. É um tema polêmico”, cita. Vasconcelos pontua que há uma obrigação de que haja um meio ambiente de trabalho saudável. “O MPT [Ministério Público do Trabalho] e Justiça do Trabalho divergem acerca do tema. Mas há o perigo de demissão. A nossa orientação é que se não há nenhum óbice médico para vacinação, que os mesmos se vacinem”, conta. O presidente do Sinpro lembra que a segurança individual não pode se sobrepor ao coletivo. “Agora se é demissão por justa causa é outra discussão. Por isso, pedimos que a instituição tente convencer, advertir verbalmente e por escrito, mas sempre dialogando. O ideal era que todos buscassem a imunização”, pondera. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Consuelo Correia, contou que recebe com surpresa a informação de que há profissionais da área recusando o imunizante. “A orientação nossa é vacina já e para todos. Para que tenhamos segurança quando for possível o retorno às aulas presenciais. Infelizmente tem aqueles que se recusam, o que para mim é novidade. São negacionistas da ciência? não sei”, questiona. Ao jornal Folha de São Paulo, a presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministra Maria Cristina Peduzzi, comentou sobre o assunto. “É difícil enquadrar como justa causa a recusa do empregado à vacinação, mas não se deve ignorar que a lei impõe ao empregador manter ambiente de trabalho saudável”, afirmou a ministra à Folha.