A aplicação das vacinas contra a Covid-19 é apontada como principal responsável pela redução de casos graves e mortes de idosos, grupo prioritário no Plano Nacional de Imunizações (PNI). Especialistas garantem que os imunizantes - aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - são seguros e eficazes. Em dezembro de 2020, quando a vacinação contra a Covid não tinha sido iniciada no Brasil, os idosos de 60 anos ou mais representavam 72% das mortes. Já em maio deste ano, quatro meses após o início da imunização, o percentual de mortos nessa faixa caiu para 69%. Enquanto isso, na faixa etária abaixo de 60 anos, no último mês de 2020, representaram 27% dos óbitos pelo coronavírus e, em maio deste ano, 30%. Sobre os imunizantes já aplicados contra a Covid no Brasil, a infectologista Luciana Pacheco disse que as vacinas existentes são seguras, causando poucos eventos adversos. “Mesmo os casos de trombose relacionados à AstraZeneca são raros, 1 a 4 em 1 milhão de doses aplicadas. E nos estudos de eficácia realizados, elas têm mostrado reduzir a incidência de casos novos e a letalidade da Covid”, explica. De acordo com a infectologista, no entanto, para uma boa eficácia a pessoa precisa tomar as 2 doses preconizadas e enquanto não houver cerca de 70% da população imunizada adequadamente, as medidas de distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos precisam continuar ocorrendo.
SEGURAS E EFICAZES
Para Rodrigo Cruz, médico clínico da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Memorial Arthur Ramos as vacinas disponíveis à população brasileira são seguras e eficazes contra casos graves, hospitalizações e óbitos pela Covid-19. “Mas não substituem, na atual situação epidemiológica, a importância e necessidade de adesão às medidas sanitárias de biossegurança como uso de máscara, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienização frequente das mãos com preparação alcoólica ou sabão”, lembra o médico. A reportagem pergunta a Rodrigo Cruz, na opinião dele, o que precisa ser feito pelos governos para conter o avanço da doença enquanto não tem vacina para todos. O médico diz que, primeiro, alinhamento no discurso e ação federativa com orientações técnicas, baseadas em evidências científicas e sociedades de especialistas, para prevenção, isolamento de casos suspeitos ou confirmados e no tratamento da Covid-19. “Em segundo lugar, disponibilidade de mais testes diagnósticos para a fase aguda transmissível de doença, como por exemplo RT PCR e teste de antígeno, buscando celeridade no diagnóstico e isolamento efetivo de casos; terceiro, manter o repasse de recursos federativos necessários aos estados e municípios conforme atual situação epidemiológica; quarto, prioridade em disponibilizar mais vacinas para imunizar mais rápido a população e, quinto, proteger os empregos, situação econômica das empresas e população socialmente mais vulnerável ao aumento da inflação e cesta básica”, acrescenta.
ESTRATÉGIA DE VACINAÇÃO
A reportagem ouviu a Secretaria de Saúde de Maceió sobre as pessoas residentes na capital que poderiam ter se vacinado por estarem em grupos prioritários, mas deixaram de se imunizar até agora. O que levou essas pessoas a não se imunizarem? os motivos foram variados, segundo a SMS: desde pessoas que simplesmente optaram por não tomar a vacina; algumas que deixaram de morar em Maceió ou, até, que se vacinaram em outros municípios, enquanto isso ainda era possível. A Gazeta perguntou se a Secretaria de Saúde de Maceió vai implantar alguma estratégia para imunizar quem já deveria ter tomado a vacina. “Por meio das redes sociais oficiais da Prefeitura e imprensa, Maceió tem feito chamamento para que as pessoas se imunizem, procurando esclarecer sobre a necessidade de todos tomarem as vacinas”. “As vacinas aplicadas hoje no Brasil, Astrazeneca, Coronavac e Pfizer foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Portanto, a população pode se imunizar tranquilamente”, reforça a SMS.