Segundo o pesquisador Gabriel Bádue, ao longo do mês de novembro foi observado um ponto de inflexão, começando pelo aumento de casos, quando entende ser o início desta segunda onda de transmissão que perdura até os dias atuais. “Entre os critérios que utilizamos para definir uma situação de controle estão queda de casos e óbitos por um período mínimo de quatorze dias, acompanhada de uma taxa de ocupação de leitos de UTI abaixo de 70%. Portanto, em que pese a redução de óbitos nas últimas semanas, as demais condições não estão atendidas, o que nos faz entender que o estado não apresenta evidências de controle da pandemia”, afirma.
CONTROLE
A reportagem quis saber a opinião do pesquisador sobre o que precisa ser feito pelos governos para conter o avanço da doença enquanto a imunização não chega a todos. Gabriel diz que a principal ferramenta disponível para o controle da pandemia é a vacina, no entanto, é um instrumento coletivo. “Apesar de as evidências científicas disponíveis indicarem sua eficácia para evitar casos graves e óbitos, enquanto não tivermos uma proporção maior de população vacinada esse mecanismo não será suficiente para controlar a transmissão, como temos observado em outras partes do mundo que já dispensam outras medidas de controle”, declara. Na avaliação dele, por hora, as únicas medidas efetivas para controlar a transmissão e evitar o saturamento do sistema de saúde são o uso da máscara, higienização das mãos e distanciamento social, sobretudo em picos como estamos observando neste momento, que fez o número de casos suspeitos ultrapassar 15 mil nos últimos dias e a ocupação dos leitos de UTI voltar próximo dos 90%”, finaliza Bádue.