app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 0
Cidades

BRASIL NÃO RECEBERÁ VACINAS DOS EUA

.

Por Folhapress | Edição do dia 11/06/2021 - Matéria atualizada em 11/06/2021 às 04h00

Os EUA confirmaram oficialmente nesta quinta-feira (10) que comprarão 500 milhões de doses de vacinas da Pfizer contra o coronavírus para doação e divulgaram a lista dos países que irão receber os imunizantes. São 92 nações de baixa renda e da União Africana, e entre elas não está o Brasil. Segundo a Casa Branca, é a maior compra e doação de vacinas efetuadas por um único país na pandemia até agora. A lista dos 92 países de destino das doações foi definida de acordo com o Compromisso de Mercado Antecipado (AMC, na sigla em inglês) da aliança global por vacinação Gavi e incluem vários nações da África, como Angola, Marrocos, Cabo Verde, Nigéria e Quênia, da Ásia, como Afeganistão, Bangladesh, Índia e Paquistão, e da América Latina e do Caribe, como Haiti, Bolívia, Honduras e Nicarágua. As doações serão pelo sistema Covax, consórcio criado para a distribuição mais igualitária de vacinas no mundo, e a previsão é que 200 milhões de doses sejam enviadas até o fim deste ano, começando no mês de agosto. As 300 milhões de doses restantes serão entregues no primeiro semestre de 2022, afirma o governo americano. Os EUA devem comprar as doses a preço de custo, de acordo com o New York Times. O coordenador da resposta da Casa Branca ao coronavírus, Jeffrey Zients, disse em comunicado nesta quarta (9) que Biden usaria o ritmo da vacinação no próprio país para "reunir as democracias do mundo para resolver esta crise globalmente, com os EUA liderando o caminho para criar um arsenal de vacinas que serão fundamentais em nossa luta global contra a Covid-19". A negociação foi feita durante as últimas quatro semanas por Zients, de acordo com a Reuters. Uma outra negociação para comprar um número similar de doses da fabricante Moderna também estaria em andamento, segundo uma pessoa próxima ao caso relatou à emissora americana CNBC. A farmacêutica não respondeu ao pedido de comentários feito pela Reuters. A iniciativa faz parte dos esforços da gestão democrata para responder às cobranças por ajuda robusta ao programa de imunização de países sem acesso à quantidade necessária de doses para suas populações. Apesar de volumosa, a compra está longe dos 11 bilhões de doses que a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima serem necessários para vacinar o mundo. Os EUA já tinham prometido compartilhar mais de 20 milhões de doses de vacina até o fim de junho. O número se somou aos primeiros 60 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca que a Casa Branca já havia se comprometido a distribuir, totalizando 80 milhões de vacinas a serem enviadas pelos americanos ao exterior. Na semana passada, o governo detalhou parte do plano e disse que vai enviar, inicialmente, 6 milhões de doses para o Brasil e para outros países da América Latina. O compartilhamento será feito via Covax, e ainda não há detalhes oficiais sobre o número de imunizantes que o Brasil vai receber. Como as vacinas doadas exigem duas doses, o total que chegará neste primeiro momento à América Latina e ao Caribe será suficiente para imunizar 3 milhões de pessoas –a região tem mais de 438 milhões de habitantes. Apesar da situação grave da pandemia no Brasil, o país não entrou na lista dos que vão receber imunizantes por distribuição direta bilateral, caso da Índia e do México. Assim como ocorreu com o acesso a respiradores e máscaras ao longo da pandemia, há uma desigualdade na distribuição das vacinas. Os países que tinham mais recursos e poder na geopolítica global chegaram primeiro e reservaram para si a maior parte dos imunizantes disponíveis. As primeiras compras foram feitas pelos EUA e pelo Reino Unido em maio de 2020, quando as vacinas ainda e tavam em desenvolvimento.Os Estados Unidos, por exemplo, têm quantidade suficiente para vacinar três vezes sua população. Enquanto isso, países como Serra Leoa, Mali e Camarões não imunizaram nem 1% de seus moradores.

Mais matérias
desta edição