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COVID JÁ VITIMOU 17 TAXISTAS EM ALAGOAS; CATEGORIA QUER SER INCLUÍDA NA VACINAÇÃO


A pandemia de Covid-19 afetou todos os ramos de trabalho. Para os taxistas, os impactos da doença acabaram por ser ainda mais severos, uma vez que estão diariamente em constante contato com um número considerável de pessoas ao longo do dia. De acordo com dados do Sindicato dos Taxistas de Alagoas (SindiTaxi/AL), o número de mortos pela doença é de dezessete motoristas até o momento. Visando diminuir o contágio, diversas medidas estão sendo tomadas pelos profissionais. “Uso de máscaras, álcool em gel, não ligar o ar-condicionado. Os passageiros não podem sentar no banco da frente para manter o distanciamento. Os motoristas também estão higienizando os bancos com álcool em gel para evitar o vírus. Infelizmente, nem mesmo isso tudo foi suficiente para salvar alguns dos nossos colegas”, relata Tiago Holanda, segundo-secretário geral SindiTaxi. O membro do sindicato conta ainda que um ofício foi enviado às secretarias estadual e municipal de saúde, solicitando que os taxistas entrassem no grupo prioritário para receber a vacina contra a Covid-19, uma vez que estão em constante contato com público. Contudo, o pedido foi negado pelo órgão estadual, uma vez que a ordem e os grupos definidos para a vacinação é a que consta no Plano Nacional de Imunização. Já em relação à secretaria municipal, Tiago conta que não responderam à solicitação. “A gente pediu as vacinas em ofício ao Estado e foi negado. Também pedimos ao município, tanto à secretaria de saúde, quanto à prefeitura, mas nem sequer tivemos resposta. A situação está muito triste para toda a classe”, lamenta Tiago Holanda. Mesmo com o crescente número de taxistas mortos e infectados pela Covid-19, muitos não fazem uso de protocolos de sanitização, como o uso de álcool em gel. De acordo com Ed Olivença, taxista há 11 anos, muitos colegas se acomodaram em relação aos cuidados com a segurança na pandemia. “Muitos já relaxaram. São poucos os que ainda utilizam o álcool em gel. Eu sempre tenho cumprido isso. O único problema é quando chove, porque não tem como ficar com o carro totalmente fechado e não ligar o ar condicionado”, relata o taxista. Ed também fala sobre a urgência das vacinas para essa classe, tendo em vista o constante contato com o público, o que aumenta as chances de contaminação.
“Graças a Deus não peguei essa doença, mas alguns amigos já. Fora os que a gente já perdeu. A gente não pode negar passageiro, temos que trabalhar, mas tem chance de alguém estar com o vírus, entrar no carro e passar pra gente. Já deviam ter liberado a vacina pros taxistas trabalharem sem medo”, conclui Olivença.