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Nº 5790
Cidades

Macei� pode usar at� �gua do S�o Francisco

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Por | Edição do dia 21/03/2004 - Matéria atualizada em 21/03/2004 às 00h00

VALMIR CALHEIROS Em um futuro não muito distante, as águas dos rios Mundaú, Paraíba do Meio, - hoje em franca exaustão, - terão que ser aproveitadas para suprir as necessidades da população de Maceió. Para o ex- ex-presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e ex-secretário de Recursos Hídricos do Estado, engenheiro Marcos Carnaúba, é possível que isso ocorra num prazo entre cinco e quinze anos, quando recomeçar o desenvolvimento industrial e o incremento da população da capital que é atualmente na ordem de 1 milhão de habitantes, e o Sistema Pratagy, que começa a atender alguns bairros, não for mais suficiente. Inclusive, ele acha que, havendo essa expansão, como se espera, e não forem adotadas as medidas necessárias para evitar a má utilização das fontes de água da região de Maceió, esta cidade terá que contar até com uma adutora para abastecê-la a partir do Rio São Francisco. O professor do Centro de Ciências Exatas e Naturais da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e engenheiro civil com mestrado em Engenharia de Recursos Hídricos e doutorado em Geociências e Meio Ambiente, José Vicente Ferreira Neto, concorda com Carnaúba, mas acha que ainda não é o momento de pensar no “Velho Chico”. “Quem sabe para as gerações futuras...” Não menciona o Paraíba. E quanto ao Rio Mundaú, “tão próximo a Maceió (tanto quanto o Pratagy)”, diz que ele dispõe de vazões suficientes para abastecê-la durante várias décadas. De acordo com Carnaúba, os mananciais principais, subterrâneos e de superfície, de Alagoas se encontram no Litoral e Zona da Mata, além do rio São Francisco, que é a fronteira ao Sul do Estado. No caso de Maceió, os sistemas de Catolé, Viação e o aproveitamento do Pratagy, são opções ainda viáveis que se complementam. Nenhum deles, sozinho, suprirá a demanda. Além disso, existem “as agressões ambientais dentro da bacia do Pratagy, que comprometeram a vazão e a qualidade da água ao longo de décadas. Os poços perfurados no Tabuleiro e no sopé da barreira Litoral/Farol que vêm sofrendo superexploração (ou explotação) sem a recarga natural do aqüífero subterrâneo que ocorria quando existia vegetação e campos sem os efeitos da urbanização, como pavimento, asfaltos e construções. E as águas de chuvas fluem na superfície dos solos revestidos, ou desmatados, engrossam o caudal dos rios, geram inundações e as águas não se infiltram no solo para recarregar o aqüífero subterrâneo”. As preocupações de Carnaúba, de Ferreira e de outros estudiosos aumentam com o agravamento da situação de Maceió, diante da constatação do que vem ocorrendo com as águas subterrâneas em algumas áreas na parte alta da cidade, como o bairro do Farol. “Este bairro situa-se a 60 metros acima do litoral. Esse fator impedia a entrada de água salgada do oceano por meio da cunha salina, subterrânea. Com a abundância de poços, a exploração de água descontrolada e as modificações ambientais que acabamos de citar, a água salgada já atinge vários poços da Companhia de Abastecimento D’Água do Estado de Alagoas (Casal) que estão sendo desativados. Eles esperam que o reforço do Pratagy, cujas obras estão bastante avançadas, e uma série de ações de combate às agressões ao meio ambiente e de defesa e revitalização dos mananciais de superfície e subterrâneos eliminem a possibilidade de colapso no abastecimento de Maceió. Potencialidades O abastecimento d’água da cidade de Maceió é de responsabilidade da Casal e realizado com águas de superfície como subterrâneas. Segundo o professor José Vicente Ferreira Neto, as águas de superfície utilizadas são do sistema Catolé/Aviação, implantado na década de 1940, contribuindo, desde então, com uma produção estimada em 27.600 m3/dia ou 320 litros por segundo, e, ainda em fase de testes, o sistema Pratagy, operando com vazão inicial de 30.000 m3/dia, mas que atingirá cerca de 86.400 m3/dia em sua primeira etapa, ou 340 litros por segundo, atingindo mil litros por segundo. E as águas subterrâneas, exploradas por meio de 215 poços, isolados ou sob a forma de baterias, espalhados por toda Maceió mas com maior concentração na parte alta da cidade (tabuleiros), apresentam uma produção total estimada em aproximadamente 120.000 m3/dia (1.390 l/s).

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