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Cidades Maria Eliane foi infectada pelo coronavírus em abril e chegou a ser intubada

PACIENTE GRAVE DA COVID RELATA DIFÍCIL PERÍODO DE REABILITAÇÃO

Fotógrafa de 61 anos ficou 53 dias hospitalizada e mesmo curada ainda enfrenta algumas sequelas

Por greyce bernardino | Edição do dia 19/06/2021 - Matéria atualizada em 19/06/2021 às 04h00

Embora tenha tomado todos os cuidados para evitar a infecção pelo novo coronavírus, Maria Eliane Melo, de 61 anos, foi uma das centenas de pacientes de Alagoas que tiveram a Covid-19 em situação grave e precisou de internamento por mais de 30 dias.

A fotógrafa aposentada foi infectada pelo vírus em abril deste ano e precisou ficar 53 dias hospitalizada. O período não foi fácil, devido a diversas complicações em sua saúde. Além disso, ela perdeu a sua companheira de vida, também para Covid. Hoje, no entanto, Maria está curada, porém com algumas sequelas. Ela se diz grata por ter vencido a batalha contra o vírus e ressalta o apoio da filha nos dias de caos.

Logo em seguida, Maria relembrou o momento em que descobriu que estava com a doença: “Meus primeiros sintomas foram a coriza e a tosse. Faltando três dias para tomar a 1ª dose da vacina, os sintomas citados foram evoluindo. Liguei para uma médica conhecida e ela me orientou a fazer o exame na Central de Triagem no ginásio do Sesi, pois o resultado sai na hora. Deu positivo. Não pude tomar a vacina e, agora, só vou poder tomar no início de julho, devido ao comprometimento muscular e imunidade baixíssima, que adquiri após a minha cura da Covid”, falou. “Com o teste positivo em mãos, chorei bastante e muito nervosa fui levada a um médico no mesmo local do exame. Ele me orientou sob vários sintomas (que até então não tinham surgido). No entanto, no mesmo dia a noite, senti muita moleza e dores pelo corpo, como também febre. Era uma quinta feira, 08 de abril. O sentimento que sentou na hora foi de impotência, como se a vida fosse acabar”, completou emocionada. Maria precisou ser intimada duas vezes. “Dia 9 de abril fui levada para emergência da Unimed e, três dias depois, fui transferida para o Hospital MedRadius. No Hospital da Unimed não tinha vaga. Já dia 13 fui levada para UTI e daí fiquei 35 dias. Fui intubada duas vezes com comprometimento pulmonar de 100%. Na UTI, foi feito uma traqueostomia, o que me deixou sem voz por 10 dias. Nesse período adquiri uma pneumonia bacteriana e uma hipocalemia. Fiquei 53 dias hospitalizada. Quando tive alta, a Unimed assumiu o atendimento domiciliar, com fisioterapia respiratória e motora”, disse E acrescenta: “Com a fisioterapia diária, tenho evoluído bastante e rapidamente. Quando sair do hospital, não ficava em pé, não andava, e toda a parte superior do meu corpo estava sem movimentar. Em 10 dias de tratamento domiciliar, já estou andando devagar e os movimentos dos braços e mãos estão voltando. Contudo, as dores continuam intensas, e estou com comprometimento da pressão arterial e distúrbios do sono. Mas, graças a Deus, estou viva”, enfatizou.

PERDA

Maria ainda perdeu sua companheira, Madalena. “Ela deu entrada na Unimed dia 12 de abril e foi transferida para MedRadius dia 13-04 direto para a UTI, vindo a falecer dia 20 de abril. Só tomei conhecimento do falecimento após 30 dias, pois foi o período em que estava entubada e em coma. Lembro-me de ouvir Madalena tossir, eu chamava por ela e pedia a Deus que a ajudasse. É uma situação muito delicada, uma dor enorme sua ausência, pois ela era uma pessoa maravilhosa e tínhamos uma sintonia incrível. Convivemos por 4 anos, mas que valeram por toda uma vida. Sou espírita e acredito que um dia nos encontraremos no plano espiritual”.

Sequelas

Ela também falou sobre as sequelas. “Quando recebi alta, a Unimed assumiu o atendimento domiciliar, com fisioterapia respiratória e motora. Ainda hoje faço uso de oxigênio. Com a fisioterapia diária, tenho evoluído bastante e rapidamente. Quando sair do hospital, não ficava em pé nem andava, e toda a parte superior do corpo estava sem movimentar. Também estava com uma deficiência na memória. Era como se uma grande parte da vida tivesse sido apagada. Minha filha, Mariana, tem sido meu Anjo, acompanhou-me em todo esse processo, e hoje eu sempre digo, ela é a minha memória”.

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