A tornearia não foi diferente de outros serviços que acabaram sofrendo ao longo de 2020 e 2021. Maurício também foi afetado pela pandemia da Covid-19. Como se não bastassem as dificuldades já encontradas dentro do próprio ramo, a pandemia deu uma pequena pausa nos tornos, o que prejudicou financeiramente o artista.

“Ano passado houve dias de eu olhar para os quatro cantos e não sabia o que fazer. O impacto foi muito grande”, lembra Maurício. Apesar do nocivo momento, a variedade no trabalho de Maurício foi o que o salvou no momento de dificuldade. Mesmo conhecido como Maurício do Pião, suas obras não param por aí e vão alcançando até o ramo da carpintaria. Mais uma vez, por ironia do destino, moldar-se e ser criativo fizeram parte do sucesso na carreira profissional do artista.

O SONHO DE ENSINAR

Mesmo com tantos anos de experiência na tornearia, os sonhos de Maurício seguem bem firmes, principalmente relacionados ao seu trabalho. Por conta da falta de visibilidade, apoio e divulgação, o artista sonha em devolver todo seu conhecimento adquirido nos últimos 34 anos para as pessoas. “Eu gostaria de poder passar meu conhecimento para várias pessoas. Uma forma para as pessoas se interessarem e aprenderem”, revelou o artista, que tem o desejo de poder passar para a população, não só os seus filhos, o dom e as técnicas da tornearia. O importante ressaltar é que, muito mais do que obras torneadas, a arte mostrou que realmente nunca morre, assim como afirmou Maurício. E a maior prova disso está na Rua Manuel Lourenço, 572, no bairro da Levada, em Maceió-AL, onde um terreno comprado pelo avô do Maurício do Pião continua levando ao público muita arte e muita história, sem abaixar a cabeça para as adversidades. Envolvido tão fortemente no ramo, que sua oficina também é seu lar. GM

* Sob supervisão da editoria de Cidades.