Cidades
ESTADO REGISTRA MAIS DE 21 MIL NASCIMENTOS NO 1º SEMESTRE
Número é 2% menor que no mesmo período de 2020, quando nasceram 22.194 crianças


Mesmo em tempos de pandemia, não faltou espaço para alegria e uma dose de esperança nas milhares de famílias que decidiram ter um bebê em um momento tão difícil como o que estamos vivendo há mais de um ano e meio. Somente nos seis primeiros meses de 2021, Alagoas registrou 21.743 nascimentos, segundo dados do Portal de Transparência do Registro Civil. O número é 2% menor que o mesmo período de 2020, quando nasceram 22.194 crianças em território alagoano. Em todo o Brasil já foram registrados 1.285.597 nascimentos este ano. No estado, março foi o mês que mais registrou nascimentos, com 4.119, seguido de abril, com 3.916. O que menos teve registro foi o mês de junho que, até esta terça-feira (29), tinha 2.902 nascimentos. Alagoanos que passaram pela experiência contam como se sentiram e o que fazem para garantir o desenvolvimento pleno dos filhos nos primeiros meses de vida deles durante a pandemia. O casal Rayanne Oliveira e Lucas Rodrigues descobriu a chegada do pequeno Bryan com alegria, mas também com muitas dúvidas e preocupação com o momento. Ela trabalha na área da saúde e tinha contato direto com o público e isso exigiu uma maior cautela. “O meu trabalho, por ser na área da saúde e com contato direto ao público, já exigia muita cautela com as precauções, e com a gestação aumentou mais ainda. O uso de álcool, lavagem das mãos sempre que possível com água e sabão, uso de máscara , face shield, evitar ao máximo compartilhar objetos com outras pessoas . Em casa os cuidados são os mesmos com a adição do fique em casa, saídas só para o necessário e mantendo o distanciamento necessário”, conta Rayane. Os cuidados se intensificaram após o nascimento do primogênito, em nove de maio deste ano. “Com o nascimento dele continuamos seguindo as mesmas linhas de cuidados, ao chegar de qualquer lugar, antes de ter contato com o bebê, primeiro fazem a desinfecção, com o banho, a troca de roupas. E sem visitas pelo menos nos primeiros meses”. A ajuda dos pais e da irmã de Rayanne foi imprescindível neste momento. “O fato de estarmos numa pandemia dificulta um pouco mais o momento do puerpério que já é complicado para os papais, pois é um momento de descobertas, de muitas dúvidas, e que requer muita ajuda, que está sendo restrita pela pandemia, mas tive ajuda dos meus pais e irmã, com todos os cuidados devidos, e do meu esposo. Porém, a falta de contato com outras pessoas, deixa a mamãe com um misto de sentimentos, tristeza , cansaço, ansiedade, entre outros . É difícil, porém, é necessário e com os cuidados corretos, tudo vai se ajustando”, afirma. O jornalista Madysson Weslley e a enfermeira Vitória Lira tornaram-se pais de Mateus em 18 de março de 2020, mesmo dia em que o governo de Alagoas anunciou o primeiro decreto de isolamento social. Foi preciso, então, se readaptar ao novo e desconhecido momento. “Quando nós descobrimos a gravidez do nosso primeiro filho a pandemia ainda não tinha chegado ao país. Na verdade, ainda nem se falava sobre o vírus. Tivemos que nos readaptar e mudar todos os planos. Tudo o que havíamos planejado precisou ser alterado. Quando chegamos ao hospital, a primeira informação que recebemos foi que não poderíamos receber nenhuma visita. Isso já foi um choque. Daí em diante passamos a perceber que, de fato, a situação seria bem diferente”, afirma o jornalista. Morando na capital alagoana e com familiares no interior de Alagoas, as visitas durante esse período ficaram bem mais restritas. “Passamos quase seis meses sem receber ninguém na nossa casa. Nossos pais são do interior e estiveram conosco apenas duas vezes neste período. Apenas depois dos seis meses começamos a recebê-los. Mesmo assim, quando eles estavam pra vir, ficávamos monitorando, durante cerca de 10 dias, o nosso quadro de saúde e o deles também, para tentarmos evitar qualquer risco de contaminação”. Os cuidados foram redobrados e Vitória ficou afastada do trabalho por sete meses, enquanto Madysson trabalhou em home office. “Só saíamos para médico ou para fazer compras de casa e quando isso acontecia sempre tomávamos todos os cuidados orientados pelos órgãos de saúde. A máscara virou nossa aliada e acessório indispensável. Passamos a higienizar as mãos cada vez mais e evitar ao máximo o contato com as pessoas, mas mesmo assim acabamos sendo infectados pelo vírus. Graças à Deus, Vitória apresentou apenas sintomas leves e eu, apesar de ter sentido mais, não precisei me hospitalizar. Conseguimos nos recuperar em casa”, conta. Recentemente, o casal descobriu que seria pais novamente. Dessa vez, com um pouco mais de conhecimento sobre a doença e também com a oferta da vacina, que Vitória já recebeu a imunização completa, os pais de segunda viagem estão mais tranquilos, mas não menos cuidadosos. “Por estarmos vivendo uma pandemia, tivemos mais dificuldades. No início não tivemos o auxílio dos nossos parentes, já que precisávamos cuidar da gente e deles também. Agora, temos a minha cunhada morando conosco que nos ajuda bastante com Mateus, que está com 1 ano e 3 meses. Nossa maior torcida é para que quando Benício chegar, em janeiro do próximo ano, essa situação esteja diferente. A gente brinca dizendo que nosso primeiro filho chegou no início da pandemia e pede para que o segundo chegue quando ela já estiver terminada ou, pelo menos, controlada no nível de termos mais tranquilidade. Para isso, as pessoas precisam se cuidar, usar máscara, higienizar as mãos e, claro, tomar a vacina”, finaliza.