Após quase seis meses desde o início da vacinação contra a Covid-19 em Alagoas, infectologistas avaliam o impacto da imunização no número de doentes, óbitos e ocupação hospitalar. As vacinas geraram efeitos positivos especialmente naqueles com mais de 60 anos. “Ainda não observamos um impacto muito grande no número de infectados e na ocupação hospitalar porque atualmente a maioria dos casos têm ocorrido em pessoas com menos de 60 anos, que não estão vacinadas completamente”, afirma a infectologista Luciana Pacheco.
A Gazeta pergunta se há indícios de que a vacinação está surtindo efeito na melhoria dos indicadores e quando a pandemia estará controlada. “Sim, nos idosos, com redução de internação e óbitos. O controle deve ocorrer quando a maior parte, 80% da população estiver completamente vacinada segundo os estudos epidemiológicos”, explica a médica. De acordo com a infectologista, se o avanço da vacinação seguir como vem ocorrendo no último mês é possível que até dezembro as duas doses da maioria das vacinas terão sido aplicadas na maior parte da população brasileira. Para a infectologista Sarah Dominique, o impacto da vacinação é muito significativo para o declínio da população idosa acometida pela Covid-19 com necessidade de hospitalização. “Infelizmente a vacinação não acontece num período curto e isso permite o adoecimento ainda de inúmeras pessoas especialmente jovens e até mesmo pessoas com reinfecção, então o ano de 2021 se estabelece ainda uma casuística semelhante a de 2020 sobre quantitativo de pessoas infectadas”, afirma a médica. Sarah confirma que há indícios de que a vacinação está fazendo efeito na melhoria dos indicadores, sendo o melhor a taxa de ocupação hospitalar pela faixa etária idosa. “Outro indicador significante é a redução da taxa de mortalidade na faixa etária idosa também”, diz. O controle desta pandemia se estabelecerá, de acordo com a médica, conforme vacinação completa da população acima de 70%. “O problema é a morosidade com que o governo federal distribui vacina e que enquanto isso não acontecer toda população se expõe ao risco de reinfecção. Ainda existe a possibilidade (pequena, mas existe) de as variantes escaparem da resposta vacinal”, finaliza Sarah Dominique.