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Nº 5856
Cidades

ESPECIALISTAS TEMEM NOVA ONDA DE COVID A PARTIR DE SETEMBRO

Variante Delta poderá causa uma explosão de novos casos; orientação é manter os cuidados

Por regina carvalho | Edição do dia 28/08/2021 - Matéria atualizada em 28/08/2021 às 04h00

Especialistas que atuam no combate à pandemia de Covid-19 alertam sobre as variantes que podem levar a uma nova onda da doença. Até a última quinta-feira (26), segundo dados do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Alagoas registrou dois casos confirmados da Delta, em Maceió e Palmeira dos Índios. “O cenário é de espera pela próxima onda e, além da Delta, há outras variantes de importância clinico-epidemiológica, também conhecidas como VOC (variants of concern). A variante Delta tem a capacidade de escapar do sistema imune e essa é justamente a característica das variantes de preocupação que, além da Delta, têm outras como lambda (norte-americana) e iota (identificada no Peru)”, declara a infectologista Sarah Dominique. Em relação à reinfecção pelo novo coronavírus, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Alagoas notificou 109 casos suspeitos; 77 descartados e 32 permanecem em investigação. A médica reforça que, contudo, uma característica da variante Delta é que promove uma explosão de casos de maneira muito acentuada. “E depois um declínio também rápido dos casos. Esperamos confiantes que a vacinação promova casos brandos e com baixa letalidade como observado até então, mas há características populacionais que poderão afetar a próxima onda da Covid-19”, acrescenta Sarah. Como médica que atua diretamente nos casos de Covid-19, a infectologista reforça que a vacina tem provocado redução significativa de casos e óbitos, mas como o percentual de pessoas com ciclo vacinal completo ainda é pequeno, a presença das variantes pode comprometer a imunidade de rebanho. “Acredito que a vacina já tem efeito na população, porém o cenário no momento é preocupante porque a gente tem a maior parte da população vacinada sem a completude do esquema vacinal. Então isso promove o melhor desempenho das variantes que só querem se sobressair ao efeito que a vacina induz no sistema imunológico”, acrescenta a infectologista. Sarah informa que existe a proteção já conferida na população pelas doses, mas o momento não é de muita comemoração, tampouco de esmorecer as medidas que associadas à vacinação previnem a disseminação do vírus, já que a população não está devidamente imunizada. “A despeito disso os Estados Unidos que vacinaram em média 56% de maneira adequada estão passando pela terceira onda exatamente por não vacinarem uma porcentagem da população acima de 70% ou 80% e isso não garante imunidade de rebanho. Então, as variantes estão mostrando que a imunidade de rebanho da vacinação está em risco, está em ameaça”, finaliza. A Gazeta pergunta à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) se a pasta está preparada para o aumento dos casos e óbitos pelo coronavírus nos próximos meses, como alertam especialistas em decorrência da variante delta. “Sim, está preparada. E caso a projeção se confirme, o Estado irá adotar as medidas necessárias, assim como vem ocorrendo desde o início da pandemia da Covid-19, seja promovendo campanhas educativas de orientação à população, como já tem ocorrido, além de disponibilizar a rede hospitalar pública à disposição dos usuários, uma vez que o Estado possui 1.488 leitos exclusivos para atender pacientes acometidos pela Covid-19, sendo 400 só de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que evitou um colapso durante o pico da pandemia”, informa a Sesau. De acordo com a secretaria, as medidas preventivas já estão sendo adotadas, por meio das ações promovidas junto aos 102 municípios alagoanos, por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde, como também, da estruturação da rede hospitalar pública e da promoção de campanhas educativas que evidenciam os cuidados a serem adotados pela população, com o intuito de evitar que contraiam o novo coronavírus. “Além disso, a Sesau vem realizando, juntos às secretarias municipais de Saúde (SMSs), a Campanha de Vacinação contra a Covid-19, onde deve concluir a aplicação da primeira dose, nos maiores de 18 anos, até o mês de outubro, além de iniciar a vacinação dos idosos e imunussuprimidos com a terceira dose, conforme anunciado esta semana pelo Ministério da Saúde”, destaca a secretaria.

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