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Nº 5856
Cidades Preço dos combustíveis faz consumidores alagoanos buscar outras formas de economizar

MOTORISTAS PROCURAM FORMAS DE REDUZIR O CONSUMO DE GASOLINA

Na capital alagoana, os valores do litro do combustível ainda variam a partir de R$5,90, mas já há postos onde preço já chega a R$ 6,79

Por Lucas Carvalho | Edição do dia 16/09/2021 - Matéria atualizada em 16/09/2021 às 04h00

O preço médio da gasolina no país aumentou pela 6ª semana, segundo um levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os valores registrados pela ANP entre os dias 5 e 11 desse mês tiveram 0,86% de alta em comparação com a semana anterior, com o preço médio do combustível avançando de 6,007 para 6,059. Na capital alagoana os valores ainda variam a partir de R$5,90, mas já há postos onde o preço, registrado na última quarta-feira (15), já chega a R$ 6,79 para a gasolina comum, ultrapassando a média nacional. Os valores do litro são altos e tem pesado no bolso dos motoristas. Os hábitos de consumo e trânsito dos maceioenses já foram amplamente impactado pelos aumentos consecutivos, e os condutores têm feito de tudo para não fechar a conta no vermelho no fim do mês. Janielson Nascimento, hoje motociclista, abandonou o carro na garagem há quatro meses. Segundo ele, o prejuízo está grande e é continuo. “Perto de onde eu moro já está a R$6,20 o litro da gasolina. Tive muita perda. Estou andando o mínimo que consigo na moto, e o carro, que andava todos os dias, está mofando na garagem desde que começaram os aumentos, não há outro modo”, afirma. Já Marcelo Mota, médico que trabalha viajando entre as unidades onde atende, também afirma ter sentido o impacto dos preços. “Aumentou cerca de 50% do meu orçamento apenas o combustível. Não há muito o que possa fazer, dependo do carro para o trabalho. Não faço ideia de onde isso vai chegar”, conta o profissional. E as estratégias são várias. Para o motorista Thiago Dias, as restrições da pandemia ajudaram a manter toda a família em casa, e eles seguem nessa proposta, agora para economizar. “Tentamos ficar o máximo possível em casa. Nos organizamos para que tudo que precisamos fazer, a gente faça numa saída só e pronto. É o que dá pra fazer, porque a gente sente logo no bolso”, revela. Para Evandro Ferreira, frentista que acompanha diariamente esses relatos no posto onde trabalha, nunca houve uma série de aumentos tão constante como o que vem sendo registrado nas últimas semanas. “Não cheguei a ver nenhum momento como esse, todos que passam aqui reclamam bastante. O cliente que estava acostumado a completar o tanque, hoje estão vindo apenas com valores certos pra colocar. E a arrecadação dos postos também acaba baixando”, conta o profissional. Os aumentos constantes se devem a reajustes semanais, de centavos, que vem sendo dados pelas distribuidoras constantemente, mas, segundo informações do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis-AL), esses repasses chegam diferentes em cada posto, devido as bandeiras e a estrutura de custo próprios de cada estabelecimento. “Às vezes é de R$0,01, R$0,02, e no mês a gente termina tendo um aumento de R$ 0,05 ou R$ 0,10 que não é divulgado, mas absorvido pelos postos. Hoje estou trabalhando com uma margem de lucro de R$ 0,20 / R$0,30 o que não paga os custos da operação” afirma Wellington Alves, proprietário de um posto em Maceió. Ele afirma que o movimento chegou ter uma retração de 30% no seu estabelecimento, devido às mudanças no consumo dos motoristas. Em nota, o Sindcombustíveis disse não acompanhar os preços de cada revendedor e afirmou que a decisão final é livre para cada um. “O mercado é livre em todas as etapas da cadeia: produção, distribuição e revenda, cabendo a cada um desses agentes determinar os reajustes com base em seus custos. Como o preço é uma decisão individual, o sindicato não interfere e não opina em questões relacionadas a reajustes”, afirmou a entidade.

* Sob supervisão da editoria de Economia

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