loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 27/06/2025 | Ano | Nº 5997
Maceió, AL
24° Tempo
Home > Cidades

Dia do Professor

PROFESSORES DIZEM QUE HÁ POUCOS MOTIVOS PARA COMEMORAR A DATA

Luta por conquistas salarias e retorno às aulas presenciais são desafio de um ano de pandemia

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

Além dos desafios diários que a profissão de educador impõe, que não são fáceis, a rotina dos profissionais de educação de Alagoas mudou radicalmente com a pandemia de Covid-19. Há quase dois anos, estudantes e professores são desafiados a se adaptar de forma rápida a modalidade de ensino remoto. No dia em que comemora seu dia, a categoria diz não ter muito a festejar. Além de conquistas salarias, por exemplo, os profissionais de educação ainda se sentem inseguros com a retomada do ensino presencial tanto nas redes estadual como municipais de ensino. Em entrevista ao jornalista Abdias Martins numa rádio local, a secretária de Assuntos Municipais do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Josefa Conceição, disse nesta quinta-feira (14), que os avanços conquistados pela categoria este ano são muitos poucos para serem motivos de comemoração. “Ainda não chegamos na posição que gostaríamos de estar, porque sendo nós os profissionais que formamos todos os demais profissionais, merecíamos uma melhor tratamento dos nossos governantes, sejam municipais ou estadual”, ressalta. “Infelizmente a gente não vem recebendo o tratamento devido”, emenda. Ela explica que esse período da pandemia foi um dos mais sofridos a categoria, principalmente no que diz respeito ao trabalho online. Segundo ela, a maioria dos profissionais da rede pública de ensino teve dificuldades de chegar até os alunos por falta de equipamentos tecnológicos que suportassem todos os aplicativos das salas virtuais que foram contratadas pelas redes (estadual e municipais de ensino). “E o mais triste para nós foi que ficamos solitários [durante as aulas remotas] porque não tivemos nossos alunos presentes devido à desigualdade social deles”, lamenta. Josefa Conceição conta que estado e municípios passaram um ano e meio com as unidades de ensino fechadas por conta do isolamento social, numa tentativa de segurar a onda de mortes no Estado. “As escolas que apresentam condições adequadas retornaram às aulas presenciais - mas a maioria não apresenta essas condições. Tem escola que não sequer água”, ressalta. “Se uma das grandes recomendações da Organização Mundial de Saúde e das próprias secretarias municipais e estadual de Saúde é de lavar bastante as mãos, como fazer isso em escolas que não têm água?”, questiona.

IMPACTO DA PANDEMIA

Para Herik Silva, professor há 25 anos, o primeiro impacto da pandemia foi encontrar a melhor plataforma para lidar com a relação remotas com os alunos. O segundo foi encontrar a melhor forma de interação com a disciplina e os alunos. Por exemplo: perguntas por áudio ou por chat? O que seria mais viável? Alunos com câmeras abertas ou fechadas para salvaguardar a intimidade do lar de cada discente? Por último, foi encontrar uma maneira de manter os alunos focados e motivados. Ainda de acordo com Herik Silva - que atualmente é diretor adjunto de uma escola pública e professor de Inglês em uma instituição de ensino da rede privada -, o grande desafio para os educadores foi lidar com a ansiedade de voltar ao “normal” já que o normal mesmo era o relacionamento próximo que tinham com os alunos.

“O aplicativos, plataformas e muito tempo de tela nos ensinaram ainda mais que o emocional bem construído era a melhor botija de ouro que teríamos no final disso tudo. Enfim, alguns mais e outros menos, saímos diferentes dessa relação, mas o sentimento nunca mudou: sair de casa para mudar a vida de alguém e voltar para a família para ser presença. Fomos aprendendo e fazendo, sem manual ou experiências para se embasar”, disse o educador.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.

Relacionadas