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Nº 5790
Cidades

MST devolve � Conab milho doado a assentamentos

FÁTIMA ALMEIDA PATRYCIA MONTEIRO Cerca de 300 trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Sem Terra (MST) fizeram manifestações contra a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e també

Por | Edição do dia 12/05/2004 - Matéria atualizada em 12/05/2004 às 00h00

FÁTIMA ALMEIDA PATRYCIA MONTEIRO Cerca de 300 trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Sem Terra (MST) fizeram manifestações contra a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e também contra o Banco do Nordeste (BN). Segundo José Roberto da Silva, líder do movimento, o protesto se deu por causa da demora na liberação dos empréstimos, mas também por causa da qualidade das sementes da multinacional Monsanto, que foram doadas aos assentamentos. “Recebemos da Conab e o Incra 48 toneladas de milho vencido e com suspeita de ser transgênico”, disse o líder do MST durante a manifestação. De acordo com os agricultores do MST, as sementes distribuídas tinham data de validade até abril de 2004. Esses grãos, que em média levam oito dias para germinar, depois de 12 dias de plantio ainda não tinham brotado - o que gerou suspeitas por parte do grupo quanto à qualidade do milho oferecido. Sacas do produto foram derramadas pelos trabalhadores na frente da agência do centro de Maceió do Banco do Nor-deste e no escritório da Conab. Apesar de pacífica, a manifestação do MST provocou o fechamento da agência do Banco do Nordeste por mais de meia hora no final da manhã. Os trabalhadores chegaram de ônibus de diversos assentamentos do Estado. Eles se concentraram na Praça Deodoro de onde saíram em caminhada até o Incra. Pela primeira vez foram recebidos com aplausos pelos servidores do órgão, que estão em greve. Acampados no calçadão da Rua Senador Mendonça, os grevistas do Incra se uniram aos manifestantes do MST e fizeram críticas ao governo federal. Os trabalhadores alertam que o período de plantio já começou em abril. Se novas sementes não chegarem logo, eles vão perder a safra deste ano. O superintendente regional do Incra, Gino César Menezes, explicou que as sementes não foram adquiridas pelo órgão, mas doadas pela multinacional para o movimento. “Nós apenas colocamos nossa estrutura à disposição para a distribuição”, disse ele, esclarecendo que o Incra também é contra os transgênicos. Gino afirmou que a distribuição anual de sementes está sendo preparada junto com o governo do Estado, e a compra deve ser efetuada até sexta-feira. “Na próxima semana distribuiremos cerca de 70 toneladas”, prometeu.

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