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MESMO COM REDUÇÃO, AL TEM 7.627 ADOLESCENTES GRÁVIDAS
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Dados do Ministério da Saúde apontam que, em Alagoas, o índice de casos de gravidez na adolescência vem diminuindo na pandemia. Em 2019, foram registrados 10.756 casos de adolescentes grávidas com idades de 10 a 19 anos. Em 2020, esse número caiu para 9.305, chegando a 7.627 casos em 2021.
Apesar da redução, a situação ainda é preocupante, pois se evidencia a falta de políticas públicas sociais e de planejamento familiar, principalmente para meninas em situação de vulnerabilidade.
Grávida do segundo filho, a adolescente de 17 anos Kauane conta que, aos 15 anos, engravidou pela primeira vez. Kauane é moradora da Comunidade Sururu de Capote, na região do Dique Estrada, na orla da Lagoa Mundaú.
Morando em um barraco e dependendo exclusivamente do dinheiro que seu marido arrecada com a pesca e venda do sururu, a adolescente afirma que recebe doações e que sem elas não teria condições de comprar o mínimo para manter os filhos. Apesar das poucas possibilidades, Kaune pensa em terminar os estudos quando as crianças crescerem.
Para a assistente social do Hospital Universitário (HU) Eunice Alves, “a maternidade precoce aparece no universo de jovens e adolescentes, em sua maioria, como algo não planejado, mas que acaba sendo naturalizado pelos adolescentes e familiares. A questão passa pela ausência e/ou insuficiência de políticas públicas efetivas para a juventude que traga novos horizontes para o futuro, tais como educação, emprego e renda.”
Enquanto aguarda o término da segunda gestação, a adolescente afirma que conseguir assistência médica durante a pandemia não foi um trabalho fácil e que ainda tenta obter uma autorização médica para tomar a vacina contra a Covid-19.