Cidades
APÓS 9 ANOS, FAMILIARES SEPULTAM RESTOS MORTAIS DE ROBERTA DIAS
Ossada de jovem assassinada em 2012 foi encontrada em julho e sepultada ontem em Piaçabuçu


Depois de nove longos anos de espera, acabou ontem a angústia dos familiares de Roberta Dias, morta em abril de 2012. Ela teve seus restos mortais enterrados em uma área localizada entre o Pontal do Peba, em Piaçabuçu, e o município de Feliz Deserto. Sob forte comoção, na manhã de ontem, os parentes puderam, finalmente, sepultar a jovem.
Muito abalada, a mãe, Mônica Costa Reis, recepcionou os demais familiares e amigos de Roberta no velatório da Funerária Santa Luzia, onde - mais uma vez - recebeu o carinho de todos, que, a partir de agora, endossam ainda mais o pedido de Justiça para que os responsáveis pelo crime possam ser punidos. “Mesmo depois de nove anos, a dor que eu sinto é a mesma daquela do dia em que ela desapareceu com meu netinho na barriga. É muito triste dar adeus a quem amamos, e ainda mais assim, nessas circunstâncias. Que minha filha e meu neto possam descansar em paz e que a Justiça seja feita”, declarou a mãe de Roberta.
Após um momento de oração e homenagens, a urna com a ossada de Roberta seguiu para o município de Piaçabuçu, local onde fica o jazigo da família Dias.
CALVÁRIO
Desde a confirmação de que os restos mortais encontrados na região da praia do Pontal do Peba, em julho de 2021, eram de Roberta Dias, a família iniciou uma nova batalha pelo direito a sepultar o corpo da jovem. Uma decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), no entanto, impediu o sepultamento, alegando que a ossada ainda era de interesse do processo. Somente no dia 27 de outubro, a Justiça liberou a realização das ossadas, que estavam no Instituto Médico Legal (IML). Porém, a mãe de Roberta foi informada pelo Fórum de Penedo que precisaria retirar uma nova certidão de óbito da vítima. À época, Mônica Reis fez um relato indignada à GazetaWeb. “Eu fui, quando foi depois disseram que a certidão está cancelada. Fiquei com muita raiva e hoje fui ao fórum novamente e o juiz me explicou que tem que dar entrada no suprimento de óbito para fazer a certidão.”
Inconformada, a mãe de Roberta Dias procurou a Defensoria Pública do Estado (DPE) para relatar o caso. Para agilizar o sepultamento, a DPE elaborou um ofício, que foi enviado ao Cemitério Municipal de Piaçabuçu, solicitando a dispensa da apresentação imediata da certidão de óbito. Segundo o defensor público Thiago Carniatto Marques Garcia, o documento poderia ser excepcionalmente dispensado, conforme prevê o art. 78 da Lei de Registros Públicos. “Paralelamente, entrei em contato com o Juízo da 4ª Vara Criminal de Penedo, que informou já haver expedido alvará para liberação dos restos mortais pelo IML-Arapiraca”, disse.
O CASO
Roberta Costa Dias desapareceu em abril de 2012, quando tinha 18 anos. Uma testemunha do rapto da jovem, inclusive, foi morta meses após o crime. A suspeita é que Roberta tenha sido assassinada após recusar interromper a gravidez de três meses..