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Nº 5856
Cidades

PRESO CONFESSA ASSASSINATO DE GARI DENTRO DE ÔNIBUS, DIZ POLÍCIA

Homem alegou que foi agredido e passageiros tentaram expulsá-lo do coletivo por estar sem máscara

Por JAMYLLE BEZERRA E THIAGO GOMES | Edição do dia 30/11/2021 - Matéria atualizada em 30/11/2021 às 04h00

A Polícia Civil prendeu ontem à tarde Filipe Cristiano da Silva, de 37 anos, pelo assassinato do gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, ocorrido pela manhã. Segundo a polícia, o homem confessou o crime e disse que o fez porque foi agredido e tentaram expulsá-lo do ônibus.


Segundo o delegado Francisco Medson, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi apurado que Filipe Cristiano entrou no coletivo pela porta de desembarque, sem pagar, e que, por isso, o motorista se recusou a seguir viagem. “Ele estava sem máscara, mas não acredito que tenha sido este o fator principal”, informou Medson.


O delegado apura agora as circunstâncias da discussão após a recusa do motorista. Medson deve apurar se a vítima tentou tirar Filipe Cristiano do ônibus para poder prosseguir a viagem. O autor confesso do crime foi preso no começo da tarde desta segunda-feira (29), na Praça Bonfim, bairro Poço, em Maceió. O delegado contou que a prisão se deu após denúncia e pontuou que a divulgação das imagens do crime pela imprensa foi fundamental para que a população reconhecesse o suspeito e o denunciasse.


ARMA DO CRIME

Francisco Medson contou que, no momento da prisão, Filipe Cristiano estava com uma faca, provavelmente, a usada no crime e andando pela praça, além de estar usando as mesmas roupas com que estava na hora do assassinato. Em contato com a polícia, a família do homem informou que ele tem problemas mentais. O delegado explicou que fará o auto de prisão em flagrante do suspeito e que aguarda a família do preso levar os documentos que comprovem o transtorno informado. Em relação ao trajeto do preso, o delegado explicou que a mãe dele mora no Benedito Bentes e uma tia mora no bairro do Poço.


A CAUSA DA MORTE

No começo da tarde, a Perícia Oficial informou que o exame cadavérico do gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, mostrou que a causa do óbito foi facada na região do tórax. Segundo o órgão, a vítima foi atingida por três golpes de um instrumento perfuro-cortante, sendo um deles no braço, atingindo a axila. As duas outras facadas provocaram ferimentos no tórax. A primeira foi superficial, mas a segunda provocou a morte do gari. Após a conclusão do exame, o corpo foi liberado para sepultamento. O laudo completo será enviado à Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso.


ENTENDA O CASO

O gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, foi morto na manhã de ontem, após uma discussão dentro de um ônibus que faz a linha Benedito Bentes/Ponta Verde. Segundo os passageiros do coletivo, a vítima foi um dos que tomaram satisfação com o suspeito do crime, cobrando dele, segundo testemunhas, o uso da máscara. No momento, ainda conforme o relato das testemunhas, os dois se envolveram em uma confusão e a polícia disse que o acusado puxou uma faca e atacou o gari. Em seguida, ele desceu do veículo e saiu correndo pela rua. A assessoria de comunicação da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) divulgou nota informando que Renilson estava em deslocamento a caminho do trabalho. O crime aconteceu em um ponto de ônibus na Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol. Renilson Freire de Souza tinha 38 anos e era funcionário da empresa Naturalle, que presta serviço de limpeza urbana na parte baixa da capital.


As imagens e vídeos gravados a partir de telefones celulares e foram compartilhados nas redes sociais mostram a vítima sentada em uma das poltronas do coletivo, praticamente sem esboçar qualquer reação. Outros passageiros estavam ao lado tentando reanimá-lo.


O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb) disponibilizou as imagens gravadas a partir do circuito interno de segurança do coletivo, que fazia a linha Benedito Bentes/Ponta Verde. As imagens compartilhadas nas redes sociais auxiliaram na identificação do agressor.

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