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Cidades Maceió, 08 de Janeiro de 2013
Escola Nossa Senhora do Bom Conselho em Reforma a mais de um ano, se preparando para o inicio de matriculas.
Foto: Ailton Cruz

ESCOLAS DE ALAGOAS NÃO ESTÃO PREPARADAS PARA AUTISTAS, DIZ SINTEAL

Sindicalista diz que para criança com deficiência, possibilidade de autonomia é mais importante que aprendizado do conteúdo regular

Por greyce bernardino | Edição do dia 04/12/2021 - Matéria atualizada em 04/12/2021 às 04h00

/Maceió, 08 de Janeiro de 2013
Escola Nossa Senhora do Bom Conselho em Reforma a mais de um ano, se preparando para o inicio de matriculas.
Foto: Ailton Cruz


Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), as escolas – públicas e privadas – do Estado precisam de mais preparo para receber alunos com transtorno do espectro autista (TEA). Em agosto deste ano, escolas particulares de Arapiraca, no Agreste, rejeitaram a matrícula de uma criança de 6 anos de idade com o transtorno. “Três recusaram o meu filho”, disse a mãe do menino.

A Constituição Federal, por sua vez, defende que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Mas, apesar de garantido pela Constituição, só a partir de 2007 as pessoas com deficiência começaram a ter mais acesso à educação gratuita. Isso devido à Organização das Nações Unidas (ONU) que, naquele ano, aprovou a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Em Maceió, as 144 escolas do município estão preparadas para receber estudantes autistas. Segundo Maria Consuelo, presidente do Sinteal, apesar da grande quantidade de escolas em Alagoas, é preciso que elas tenham mais preparo. Ela completa que o mais importante para uma criança com deficiência não é aprender o mesmo conteúdo que as outras, mas ter a possibilidade de autonomia. “Percebo que há professores despreparados, por erro da escola, que não os capacita. Não é só aceitar um aluno autista, a instituição tem que o acolher, ensiná-lo a ser autônomo”, disse. Consuelo disse, ainda, que o Sinteal não vem recebendo denúncias de mães que tiveram a matrícula de seus filhos negada em escolas da capital. “Mas isso não quer dizer que todas as escolas são boas, que estão preparadas para ensinar os alunos autistas”, acrescenta a sindicalista. Fernanda Quentino é a mãe do pequeno Samuel, de 6 anos, e relatou que teve dificuldade em matricular o filho com autismo em escolas particulares de Arapiraca. Segundo ela, as unidades de ensino recusaram o ingresso de seu filho. “Eu fui em três unidades que me rejeitaram, por não aceitarem a matrícula de uma criança autista, mesmo tendo vaga na turma que queríamos”, desabafou. Fernanda contou, ainda, que antes do recesso escolar, em junho, Samuel estudava, porém, a falta de preparo na unidade a fez procurar outra escola. “Os profissionais da escola não são capacitados e não sabem lidar com a criança. Era para o Samuel estar no Jardim II, mas o colocaram na sala do Maternal sem minha autorização. Só fiquei sabendo porque percebi o meu filho diferente e, em seguida, fui saber o que estava acontecendo na escola”, disse. “Fique muito triste à época. Foi, de verdade, bem difícil de digerir o que aconteceu. Saber que excluíram o meu filho da sala que já estava com vínculo com os amigos, e ele perguntando o motivo de ele não poder ficar na sala é de cortar o coração”, acrescentou. A Secretaria de Educação de Arapiraca pediu que a mãe da criança procurasse o Ministério Público Estadual (MPE), para que tomasse as providências cabíveis.

ESCOLAS MUNICIPAIS

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), todas as 144 escolas da rede municipal estão preparadas para receber estudantes portadores do transtorno do espectro autista. A Semed reforça que a criança deve estudar em uma unidade próxima a sua residência e a escola que for recebê-la se adapta e organiza o trabalho específico voltado para ela. Quanto às escolas privadas, a reportagem entrou em contato com duas, que informaram receber alunos com autismo. Em uma deles, três crianças estão matriculadas. Elas têm a mesma rotina dos demais alunos, porém com uma atenção a mais.

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