Durante operação deflagrada ontem, a Polícia Federal (PF) cumpriu 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió, Rio Largo e Porto Calvo, em Alagoas; e também nas capitais Recife-PE e Fortaleza (CE).
As investigações apontam para um desvio milionário de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) e apontam um ex-gestor de Porto Calvo entre os envolvidos .
Em coletiva de imprensa concedida na sede da PF, o delegado Bruno Raphael Maciel deu mais detalhes dos trabalhos e informou que ao menos um ex-gestor do município alagoano de Porto Calvo está sendo investigado por participação no esquema. Apesar de não ter o nome divulgado pela PF, o ex-gestor que perdeu a eleição é David Pedrosa, do MDB.
Durante o cumprimento dos mandados, foi apreendida uma grande quantia em dinheiro, sendo R$ 250 mil somente em um dos alvos, que seria a casa de um dos envolvidos, em Maceió. Também foram recolhidas notas em euro e dólar, além de vários veículos, dentre eles, carros importados.
A estimativa é que o rombo causado aos cofres públicos pelo esquema chegue a R$ 7 milhões. Para que o desvio fosse executado, os participantes usavam empresas de fachadas, que já vinham sendo investigadas, e que recebiam dinheiro de prefeituras.
Batizada de ‘Últimos atos’, a operação investigou a contratação de empresas de fachada por parte da Prefeitura de Porto Calvo, poucos dias após as últimas eleições. Em 16 dias, sem seguir os trâmites legais necessários, quatro empresas foram contratadas, sendo duas editoras, com sede em Fortaleza e Recife, uma construtora de Porto Calvo e uma empresa comercial com uma atuação mais ampla e que teria sede em Alagoas.
Em apenas dois dias, foi gasto com elas a quantia de R$ 5 milhões. O alto valor em gastos em um período tão curto de tempo chamou a atenção das autoridades, que iniciaram as investigações. “A forma como essas transações foram feitas chamou a atenção e começamos a fazer pesquisas de campo e chegamos à conclusão de que as transferências eram irregulares e parte dos recursos foi transferida para empresas fantasmas”, destaca o delegado federal Bruno Raphael.