Cidades
ESPECIALISTAS REVEEM EXPECTATIVAS SOBRE FIM DA PANDEMIA EM 2022
Com variante Ômicron, Sociedade de Infectologia e Sindicato dos Médicos alertam para risco de novo aumento de casos de Covid-19

Agora que a variante Ômicron ganhou ímpeto na Europa e nos Estados Unidos, profissionais da saúde estão revendo suas expectativas sobre a pandemia da Covid-19 no ano que vem. No Reino Unido, até quinta-feira (23), 12 mortes haviam sido registradas, acendendo um alerta acerca de quanto tempo a mais a pandemia vai permear no mundo. No Brasil, embora não tenha sido registrado nenhum óbito pela nova variante, há mais de 30 casos confirmados da Ômicron, nenhum em Alagoas.
Poucas semanas atrás, especialistas em doenças infectocontagiosas previam que os países começariam a sair da pandemia em 2022. Mas, a disseminação rápida da Ômicron e o aumento no número de casos da Influenza A H3N2, estão minando esta esperança. As festas de fim de ano também preocupam os especialistas, já que há o risco de maior disseminação do coronavírus por causa das aglomerações. A presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia (SAI), Vânia Pires, faz um alerta: “Eu venho aqui alertar a todo alagoano sobre o risco de um provável aumento de casos da Covid-19 em 2022, uma vez que, mesmo com a vacinação, nós temos a nova variante, que não responde tão bem às vacinas. Daí, a necessidade de uma terceira dose do imunizante na intenção de melhorar a resposta a essa variante. Só vamos sair dessa com a vacina”, diz. Ela completa: “Estamos no momento de festas, aglomerações, pessoas se movimentando para grandes eventos. A Sociedade Alagoana de Infectologia, em consonância com a Sociedade Brasileira de Infectologia e outras entidades, alerta que isso pode acarretar em problemas futuros. A pandemia pode durar mais. E isso não queremos”, pondera a médica. Sobre o aumento no número de casos de gripe em Alagoas, a especialista destaca: “O vírus está se pulverizando em todo o País, começando pelo Sudeste, e pode ser confundido com a Covid, dengue e outras viroses. Porém, são tratamentos e diagnósticos distintos. É importante, no entanto, que as pessoas que não tomaram a vacina da gripe vacinem-se. Cuidem-se”.
“Para que os casos [Covid-19] não sejam maiores ano que vem, temos que evitar aglomerações. Nas festas, principalmente no Natal e Ano Novo, é recomendável a reunião apenas com familiares, e os mais próximos, para que o número não passe do limite. Sem falar que a máscara ainda é imprescindível”, acrescenta Vânia Pires.
O Sindicato dos Médicos também se diz contrário à realização de festas de fim de ano e carnaval, para que possamos sair da pandemia em “um futuro muito próximo”. “A triste experiência dos dois últimos anos não pode se repetir: perdemos milhares de vidas e, dentre os pacientes salvos, muitos continuam com sequelas. Portanto, o certo é que cada um se proteja, evitando festas, shows, carnaval, enfim, aglomeração”, disse o presidente do Sinmed, Marcos Holanda. “Apelamos a cada cidadão para que colabore. Se todo mundo se proteger, podemos, juntos, resguardar nossa cidade, nosso estado, nosso país, nossa população, nossa família, entes queridos e a nós mesmos”, completa Holanda. Por causa da nova variante, Ômicron, a Associação dos Municípios Alagoanos e o Ministério Público Estadual (MPE) recomendaram que os gestores de todas as cidades alagoanas não realizem festas com grandes aglomerações, para evitar o contágio do coronavírus.