Em virtude dos acontecimentos ocorridos em Capitólio (MG), a Prefeitura de Delmiro Gouveia (AL), por meio da equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, emitiu uma nota técnica, afirmando que, a partir de análise preliminar, foi observado que no Cânion de Xingó não há indícios de risco iminente de desabamento dadas as estruturas geológicas locais e o volume de chuva na região. Conforme a Gazeta informou, em sua edição de ontem, a nota da Prefeitura ressalta haver diferenças geológicas entre as estruturas rochosas do Cânion de Capitólio, em Minas Gerais, e o Cânion de Xingó, que fica entre Sergipe e Alagoas. A nota destaca, ainda, que em 30 dias, em Minas, choveu o que costuma chover em um ano no Sertão Alagoano.
No Cânion de Xingó, informa a nota, as rochas são sedimentares com acamamento horizontal a sub-horizontal, enquanto no Cânion de Capitólio as rochas são metamórficas com várias estruturas verticais e horizontais que, por vezes, se encontram formando zonas de fraquezas, que podem ser perigosas no período de chuva, .
“Um fator importante para o acidente ocorrido em Minas Gerais foi o volume de chuvas na região do acidente. Em Capitólio, segundo os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), num período de trinta dias, entre 07/12/2021 e 07/01/2022, a região recebeu um volume de chuva estimado de 300m a 400m. Já para o Cânion de Xingó, a situação é bem diferente, pois o volume médio anual é de 400mm para a região do Sertão alagoano, ou seja, em Capitólio choveu em um mês o que chove no período de um ano no Cânion de Xingó”, diz a nota. Além disso, a prefeitura frisou que somente um laudo geológico/geotécnico detalhado e elaborado por profissional competente é capaz de avaliar a real situação dos riscos nos locais de visitação turística - 70% da área navegável e de visitação ao Cânion, do lado alagoano, fica em Delmiro Gouveia. “No entanto, a partir de uma análise preliminar, foi observado que no Cânion de Xingó não há indícios de risco iminente de desabamento dadas as estruturas geológicas locais e o volume de chuva na região”. A prefeitura ressaltou, ainda, que o risco baixo não quer dizer impossibilidade de movimentos de massa na região.