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Nº 5759
Cidades

Desabrigados esperam ajuda do poder p�blico

FÁBIA ASSUMPÇÃO Para quem perdeu tudo nas chuvas, ontem, foi dia de contabilizar os prejuízos e tentar recuperar o pouco do que sobrou. Mais de mil pessoas estão abrigadas provisoriamente nas escolas municipais e estaduais em Maceió, a maioria morador de

Por | Edição do dia 03/06/2004 - Matéria atualizada em 03/06/2004 às 00h00

FÁBIA ASSUMPÇÃO Para quem perdeu tudo nas chuvas, ontem, foi dia de contabilizar os prejuízos e tentar recuperar o pouco do que sobrou. Mais de mil pessoas estão abrigadas provisoriamente nas escolas municipais e estaduais em Maceió, a maioria morador de encostas. Em Chã de Jaqueira, as duas escolas próximas à Grota Santa Helena - onde sete pessoas morreram, ontem pela manhã, estão ocupadas pelos desabrigados. Na Escola Municipal Sérgio Luiz, as salas de aula viraram moradia para 93 pessoas, de 21 famílias. Era na escola que estudavam os primos Thainá dos Santos, 9, e Natanael Henrique dos Santos, 10, que morreram soterrados, ontem. A professora das duas crianças, Euzenir Gomes Lopes, não escondia a emoção pela tragédia. “Eu tinha insistido com Natanael para ele voltar a estudar, por que ele faltou às aulas por duas semanas”, contou sem esconder as lágrimas. A escola tem 745 alunos matriculados da 1ª a 4ª série, a maioria morador da Grota Santa Helena. A diretora da escola, Adalgisa Ferreira Viana, afirmou que não poderia deixar de dar assistências às famílias desabrigadas da região. A maioria das famílias conseguiu salvar apenas alguns móveis e roupas, depois da queda da barreira. Maria Conceição da Silva morava com os filhos há mais de 10 anos na grota e nunca havia passado por um drama igual, vendo os vizinhos morrerem soterrados pelo barro. “Eu preferia morrer do que ver qualquer coisa acontecer as minhas crianças”, salientou se referindo aos sete netos. Ela não pretende mais voltar a morar na grota. “Quero que a prefeitura arranje um lugar seguro para a gente morar”. Médicos do Programa Saúde da Família (PSF) estiveram na escola para atender algumas pessoas que estão doentes. Moab Emiliano da Rocha apresentava ferimentos por todo o corpo, causados pelo desabamento da casa sobre ele. Sem sequer um colchão para deitar, Moab não escondia as dores que sentia. A Pastoral da Criança, que atua na comunidade, conseguiu alimentos para as famílias desabrigadas até que chegue a ajuda do município. Os desabrigados aguardavam ajuda da prefeitura como colchões, roupas e alimentos.

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