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Cidades

INFECTOLOGISTA DIZ QUE ALTA DE CASOS DE COVID DEVE-SE À ÔMICRON

Para o médico Renee Oliveira, variante é responsável pela alta de casos, mas Estado não tem capacidade de notificar

Por Lucas Rocha | Edição do dia 28/01/2022 - Matéria atualizada em 28/01/2022 às 04h00

Monitoramento dos casos de coronavírus do Ministério da Saúde (MS) aponta que o Brasil deve enfrentar o pico de casos da variante Ômicron entre os dias 10 e 20 de fevereiro. Alagoas já registra falta de kit de testagem, alta de internações hospitalares e de novos casos de Covid-19. Para infectologista, apesar da subnotificação, a alta dos casos deve-se à variante Ômicron. A análise vai de encontro aos dados da Secretaria de Estado da Saúde, que confirma apenas seis caos de Ômicron em Alagoas (texto acima).

“Chegamos a um ponto que ninguém havia previsto. O Ministério da Saúde está dizendo isso porque o número de casos já é gigantesco. E com essa variante, já que é ela mesma que está circulando, as pessoas estão tendo contato com ela nessa mesma proporção. A maioria dos casos está evoluindo para quadros leves, mas sempre haverá aqueles que terão um desenrolar mais grave e esse percentual hoje é pequeno, tendo em vista o número total de infecções. Mas, num universo tão grande de infectados, essa quantidade, na prática se torna bem significativa”, pondera o infectologista Renee Oliveira.

Os primeiros casos de Ômicron no Brasil foram confirmados ainda em 30 de novembro e segundo o programa Genomacov, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), seis estados já confirmam que ao menos 90% dos casos de Covid-19 são causados pela Ômicron: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará, Amazonas e Roraima, chegando a 99,9% em São Paulo.

Para os pesquisadores, os outros estados provavelmente possuem percentuais altos da variante, mas apresentam números baixos por falta de sequenciamento.

“O que nós estamos vendo em Alagoas é a Ômicron, não tem como não ser. A diferença daqui para um estado como São Paulo, por exemplo, é que nossa capacidade de estar identificando a variante não é a mesma”, afirma Renee Oliveira.

Ele explica ainda que a alta de casos no Estado, e em todo o País, se deve também ao cenário propício encontrado pelo vírus. “Nós baixamos a guarda com a prevenção, surgiram a gripe e a variante Ômicron. A população estava necessitando das confraternizações de Natal e principalmente Ano Novo. Com isso, famílias inteiras se contaminaram ao mesmo tempo. Os locais de trabalho, e as próprias unidades de saúde, se tornaram prato cheio para a cepa, que é extremamente transmissiva”, aponta.

Para o médico, o que a população deve fazer agora é retomar as medidas de contenção do vírus e se proteger. Higienização das mãos, o uso do álcool, distanciamento, máscaras eficientes, todas as recomendações já conhecidas precisariam ser retomadas com mais atenção. “Tudo isso agora é mais do que nunca essencial para enfrentarmos essa fase. Esse é o momento”, destaca.

O especialista também faz questão de relembrar a importância da imunização como um dos fatores de reação e combate ao vírus. “As vacinas têm um impacto muito grande na baixa letalidade que temos agora. Os quadros pulmonares mais graves estão evoluindo muito mais nos que não se vacinaram, isso fica muito claro hoje”, conclui Renee Oliveira.

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