Cidades
SINTEAL DENUNCIA SALAS DE AULAS ABARROTADAS EM ESCOLAS ESTADUAIS
Sindicato identificou situações como superlotação, falta de estrutura e salas de aula sem ventilação, o que compromete a biossegurança


Com o retorno das atividades nas escolas das redes estadual e municipal, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) visitou, ao longo da última semana, aproximadamente 60 escolas e encontraram diversas irregularidades. Conforme o relato da presidente do sindicato, Maria Consuelo Correia, encontraram salas de aulas abarrotadas de alunos.
“Encontramos as condições diversas e mais adversas. Tem escola sem a mínima condição de funcionar porque tem espaço sem ventilação natural, basculhantes antigos que são travados, ar-condicionado que não consegue circular o ar, espaço pequeno para manter o distanciamento social, só uma máscara de tecido que é distribuída e não protege totalmente e o calor é muito grande”, disse Consuelo Correia.
A sindicalista disse, ainda, que chegaram a encontrar escolas sem estrutura alguma. “As escolas estão abarrotadas, principalmente as do Estado porque o governo está oferecendo uma grana para quem quer voltar a estudar. Então as escolas estão superlotadas”.
A “grana” citada por Consuelo é o Bolsa Cartão Escola 10 que, neste ano letivo de 2022, premiará os estudantes com o ciclo vacinal completo com R$ 500. Em escolas de tempo integral, o sindicato afirma que encontraram vagas e professores ociosos.
“Em algumas escolas, não tem os profissionais, os estudantes estão nas escolas, mas não tem quem os acompanhe e eles estão sem ter o que fazer. Dentro das escolas detectamos alunos ociosos porque não têm os profissionais ainda para garantir o conteúdo, e os coordenadores estão vendo como adequar”. Por outro lado, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) afirma que a grande maioria das escolas tem ar-condicionado nas salas de aula em todo o Estado. As que ainda não têm contam com ventiladores potentes para contemplar a turma.
Sobre o uso de máscara, os alunos são monitorados durante todo o tempo de permanência na escola, usam - a maioria - a máscara descartável, só retirando nos momentos de alimentação. O trabalho de conscientização é constante e realizado por toda a comunidade escolar (professores, servidores, pais e alunos). Toda a rede conta com sinalização e álcool em gel nas unidades escolares.
Com relação a frequência, a Seduc considerou excelente para o momento, depois de praticamente dois anos sem aulas presenciais, os alunos estavam ansiosos para o retorno 100% presencial.
Mais de 80% dos alunos matriculados compareceram às aulas. Já sobre os conhecimentos dos alunos após dois anos de ensino online, a Seduc afirmou que esse é um processo em andamento, já que as aulas voltaram a apenas duas semanas, além de que as escolas ainda estão fazendo as suas avaliações diagnósticas dos alunos e irão traçar seus planos pedagógicos estratégicos, com base nessas avaliações, para aplicá-los ainda no calendário letivo deste ano.
Um programa de recomposição de aprendizagem, que irá proporcionar aos alunos aulas extras das disciplinas de matemática e português, principalmente. Os alunos do ensino fundamental terão essas aulas no contraturno durante a semana, já os estudantes do nível médio terão, ao longo do ano, sábados letivos para esse trabalho de recomposição de aprendizagem.