A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), informou que, de 2014 a 2021, houve 561 mortes por Aids entre residentes de Maceió. Em 2022, até o mês de fevereiro, foram registrados 5 óbitos na capital.
O PAM Salgadinho – maior unidade de atendimento especializado em média complexidade de Maceió, localizado no bairro do Poço – oferta, no Bloco I, atendimento e tratamento de pacientes com HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Funcionando por demanda espontânea, o atendimento para este público é realizado durante todo o ano, dispondo de testes rápidos para detecção de doenças como HIV, sífilis e hepatites B e C, além de oferecer medicação gratuita para o tratamento do HIV/Aids. Os pacientes do Bloco I contam com uma equipe multidisciplinar constituída por enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras, médicos infectologistas, gastroenterologistas, dermatologistas e pediatras.
“Quando fui diagnosticada com HIV, eu me senti péssima. No mesmo momento pensei que ia morrer. Mas foi em 2004 que iniciei o tratamento no Bloco I do PAM Salgadinho. É a minha segunda casa. Lá sou acolhida e recebo atendimento humanizado e carinho de todos os profissionais de saúde”, relata a servidora pública e usuária do PAM Salgadinho há 17 anos, Rita de Cássia Alcides. Ela também é representante alagoana do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP). Segundo a coordenação do PAM Salgadinho, de 2019 a 2021, foram realizados 17.389 testes rápidos na unidade, sendo 896 resultados positivos. Em 2019, foram 7.455 testes, enquanto que em 2021 foram contabilizados 5.363, uma redução de 28%.
PREP E A PEP
A melhor forma de combater a Aids ainda é a prevenção, através da prática de sexo seguro com preservativos e mantendo padrões de qualidade assistenciais em relação à assistência hospitalar e nos bancos de sangue, o que impactou diretamente na redução (quase abolição da transmissão por transfusões).
Dentre as medidas de prevenção, existem a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-exposição (PEP). A PrEP, por sua vez, consiste no uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sexual ao vírus, para reduzir a probabilidade de infecção pelo HIV. O objetivo da PrEP é prevenir a infecção pelo HIV e promover uma vida sexual mais saudável. A medicação deve ser tomada todos os dias para proteger contra o HIV.
Já a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, existindo também profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). O tratamento consiste no uso de medicamentos e imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
A medicação deve ser tomada em até 72h, após a exposição ao HIV, por 28 dias. Alex Cavalcante, de 24 anos, diz que utiliza o tratamento - PRrEP - para se prevenir das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). “Eu faço tratamento com o PrEP para saber como está minha saúde e se eu contrair alguma DST. A cada três meses eu retorno no Bloco I para fazer o acompanhamento médico. É muito importante procurar a prevenção”, comenta.