O aumento no valor dos combustíveis, após reajuste da Petrobras, na quinta-feira (10), tem causado prejuízos e dificuldades para taxistas e motoristas de aplicativo de Maceió. A alta é sentida a cada quilômetro rodado, e com corridas que mal sustentam o custo do carro, o abandono da profissão tem se tornado cada vez mais comum na capital. Em Maceió, o valor da gasolina teve um acréscimo em torno de R$ 0,80 e alcançou R$ 7,40 em alguns estabelecimentos. Taxista há 10 anos, Antônio José, de 54 anos, diz que o aumento só trouxe prejuízo até agora.

Ele já estuda deixar a profissão. “É um absurdo esse aumento. E não é só o passageiro que paga caro, os taxistas também. Está difícil encher o tanque, sem falar que é raro aparecer um cliente para nós [taxistas]”, disse. O ponto de táxi de Antônio é localizado no Centro, porém, apesar do grande fluxo de pessoas no local, o seu serviço é quase que “invisível”. Muitos passageiros ainda preferem chamar um carro por meio de aplicativo.

“A categoria já vem sobrevivendo no aperto, sem clientes. E com a alta nos combustíveis, principalmente no valor da gasolina, o caos só piora. Eu mesmo já penso em largar o táxi, pegar uma graninha que tenho guardada e abrir algo para mim. Um lava jato, talvez”, lamenta. Thiago Holanda, diretor do Sindicato dos Taxistas do Estado de Alagoas (Sintaxi/AL), disse que não há um número exato de quantos taxistas já abandonaram a profissão, mas acredita que mais da metade já pararam de rodar no Estado.

“É angustiante. Perdemos uma clientela boa para os motoristas de app e para os transportes clandestinos. Não nos resta mais nada. E, com a alta dos combustíveis, o esperado é que mais taxistas parem de rodar. A viagem passa a ficar mais cara, e ninguém vai querer aceitar o valor. Mas, não é culpa nossa. Foi o reajuste”. A viagem com motoristas de aplicativos também deve ficar mais cara nos próximos dias, devido ao aumento no preço dos combustíveis. Estima-se um reajuste de 6,5% nas corridas.

A mudança é temporária, segundo informou a empresa norte-americana Uber. Fábio Correia, de 25 anos, trabalha com o serviço há 3 anos e diz que a alta no preço da gasolina o faz pensar em desistir da profissão. Com esse reajuste no valor da corrida, acredita que o movimento vai cair, causando prejuízos para a categoria. “As pessoas não aguentam mais pagar caro. Tenho a certeza que o movimento vai cair e muitos pais de família vão se prejudicar. E se esse aumento no valor da viagem não existir, não temos como fazer uma corrida custando o valor mínimo de R$ 5”. Alex Félix, que representa os motoristas por aplicativo em Alagoas, acredita que o número de motoristas vai diminuir no Estado, devido ao preço da gasolina. “Muitos vão parar de rodar, pois não compensa continuar trabalhando em meio a alta na gasolina. As viagens estão com um preço baixo. Muitos motoristas vão procurar outro trabalho”, falou.