UTI COVID PEDIÁTRICA TEM 80% DE OCUPAÇÃO

A ocupação de leitos criados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para pacientes com Covid-19 caiu em Alagoas, de modo geral, alcançando 15% de ocupação ontem. Uma situação, no entanto, chama a atenção – a ocupação de UTI pediátrica se mantém alta, com 80% dos leitos especializados para crianças, conforme o Boletim de Ocupação Diária dos Leitos Exclusivos para a Covid-19 e Influenza, divulgado ontem à tarde.

Segundo o informe, dos dez leitos de UTI Covid destinados a crianças no Hospital da Mulher, em Maceió, oito estavam ocupados. A situação tem preocupado especialistas, que defendem a ampliação da cobertura vacinal da população pediátrica para conter a infecção e a ocorrência de casos graves de Covid em crianças, que aumentou nos primeiros meses de 2022.

Boletim Epidemiológico da Sesau já registra 39 mortes de crianças por Covid-19 desde o início da pandemia, 12 delas este ano. Conforme levantamento, em 1° de janeiro de 2022, havia 27 crianças de 0 a 10 anos mortas por covid em Alagoas. De lá para cá, o total de mortes de crianças chegou a 39. Ou seja, entre janeiro e março, houve um aumento de mais de 30% no número de óbitos por Covid entre pessoas dessa faixa etária em Alagoas.

VACINAÇÃO

O infectologista Fernando Maia lembra que a vacinação das crianças é a prioridade da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19 neste momento. “As crianças ainda estão desprotegidas, porque muitos pais acreditaram nas falsas informações sobre as vacinas contra a Covid e não estão vacinando seus filhos. Os leitos Covid de adultos estão praticamente vazios, mas os pediátricos, não”, alerta o médico.

De acordo com o boletim de ontem, o índice de ocupação de leitos de UTI Covid adultos era de 50%, ou 30 dos 60 leitos disponíveis para pacientes adultos com Covid-19 ou síndrome respiratória aguda grave (SRAG), enquanto na UTI Covid pediátrica, oito dos dez leitos disponíveis para crianças com Covid ou SRAG no Hospital da Mulher estavam ocupados. “

O risco de alguém não vacinado adoecer e morrer de Covid é 26 vezes maior do que os vacinados”, informa o médico Fernando Maia, referindo-se a pesquisa realizada recentemente pela Secretaria da Saúde do Governo de São Paulo. “As vacinas Covid, semelhantemente às demais, são seguras e eficazes, com raríssimos efeitos adversos importantes”, completa.