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MORADORES DO FLEXAL SOFREM COM RACHADURAS E PEDEM REALOCAÇÃO

População contesta laudo emitido pela Defesa Civil e pede inclusão da localidade em mapa de risco

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Maceió, 07 de abril de 2022

Flexal, em Bebedouro, bairro abandonado. Alagoas - Brasil.

Foto:@Ailton Cruz
Maceió, 07 de abril de 2022 Flexal, em Bebedouro, bairro abandonado. Alagoas - Brasil. Foto:@Ailton Cruz -

Moradores de Flexal de Cima e de Baixo, no bairro de Bebedouro, reuniram-se, ontem, para protestar contra o abandono das comunidades e pedir a realocação das casas. Eles alegam que mais de mil famílias que moram nas comunidades foram simplesmente ignoradas pela Defesa Civil de Maceió e, sequer, entraram como área de risco intermediário.

Técnicos do órgão estiveram nos locais na última terça-feira (5) para o acompanhamento previsto no Termo de Acordo da Braskem, que consiste em uma visita periódica para acompanhar as residências e identificar se houve evolução nas fissuras existentes nas casas do local e se essas fissuras estão atreladas à subsidência - afundamento do solo. O laudo divulgado em seguida apontou que, até o momento, não foi identificado nenhum dano diretamente relacionado ao processo de subsidência.

Josy Amancio mora no local há 20 anos. Ela discorda do laudo e diz que as rachaduras nas casas estão aumentando a cada dia, amedrontando toda a vizinhança. Os moradores pedem que as comunidades sejam incluídas no Mapa de Risco da Defesa Civil Municipal, a fim de que eles sejam realocados.

“Esse laudo da Defesa Civil foi rápido e sem muito sentido, pois há várias casas rachadas e trincadas. Essas rachaduras estão aumentando cada vez mais e não concordamos com o órgão. Estamos [moradores] indignados. Queremos que essas casas sejam fotografadas e filmadas para que seja constatado o real problema. Tememos o pior, pois as rachaduras vêm aumentando e tomando conta das casas. Corremos o mesmo risco dos bairros de Pinheiro, Bebedouro e Bom Parto’, desabafou.

Comunidade reclama de isolamento

Júlio Afonso é advogado e atua nas comunidades. Ele falou das principais reivindicações dos moradores. “Os moradores das regiões dos Flexais pedem a realocação, pois só uma revitalização nas comunidades não interessa como sugere os órgãos públicos. Não tem como. Além das rachaduras nas casas, as famílias vêm sofrendo com o isolamento. Eles estão à mercê da própria sorte. Para se ter uma ideia, quando um morador precisa de um Uber ou um táxi, os motoristas cancelam. Sem falar que apenas uma linha de ônibus passa no bairro. Também não há posto de saúde, padarias, açougues. É uma situação bastante deficitária”.

Maria Ferreira é morada da região e disse que desenvolveu ansiedade por causa do aparecimento e do avanço das rachaduras. “Não consigo ficar mais dentro da minha casa. Algo sempre manda eu sair. Todos nós, moradores, precisamos ser realocados”.

O líder das comunidades de Flexal de Cima e de Baixo, conhecido como Sassá, descreve como angustiante a situação. “Precisamos ser incluídos no Mapa de Risco, pois a situação está piorando para os moradores. Se formos incluídos no mapa, receberemos a indenização da Braskem, para podermos ter uma casa em lugar seguro, sem rachaduras”.

Por meio de nota, a Defesa Civil reforçou o resultado do laudo. “Foram realizadas vistorias em residências do local, para monitoramento e identificação de feições ou danos. Até o momento, não foi identificado nenhum dano diretamente relacionado ao processo de subsidência. As casas que estão no entorno do mapa de setorização de danos continuam sendo monitoradas periodicamente pelo comitê técnico”, diz a nota.

Já a Braskem informou, por meio de assessoria, que desde o diagnóstico realizado pela Defesa Civil Municipal, a mineradora vem empreendendo esforços e mantendo debates técnicos com a participação da própria Defesa Civil, Ministérios Públicos Federal e Estadual, Defensoria Pública da União e da Prefeitura de Maceió, para encontrar soluções para a região dos Flexais.

Destacou. ainda, que a região dos Flexais não consta do mapa de desocupação e monitoramento definido pela Defesa Civil, e que técnicos e especialistas recomendam que processos de deslocamento de populações devem ser evitados ou minimizados, à exceção de situações de riscos que não sejam passíveis de solução alternativa.

Por outro lado, a mineradora vem realizando serviços de controle de pragas e de limpeza urbana nas regiões, com programação semanal. Além disso, a empresa mantém um trabalho de apoio à segurança patrimonial, com profissionais que se revezam 24 horas por dia e sistemas de câmeras. As medidas são adicionais e a polícia é acionada se necessário.

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