
CASOS DE INTERNAÇÃO POR SÍNDROMES GRIPAIS REGISTRAM ALTA EM ALAGOAS
Maioria dos casos é resultante de contaminação pelo vírus da gripe em escolas após o retorno presencial
Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 26/05/2022 - Matéria atualizada em 26/05/2022 às 06h18
O aumento dos casos de crianças internadas com síndromes gripais, em Alagoas, acionou o sinal de alerta dos profissionais de saúde no Estado. Os números ainda estão sendo contabilizados, mas as enfermarias indicam a presença desse público mesmo antes da chamada quadra chuvosa. A maioria dos casos é resultante de contaminação pelo vírus da gripe em creches e escolas após o retorno presencial das atividades. Segundo o pediatra Oscar de Andrade Presmich, não há motivo para pânico, mas sim de atenção por parte dos pais em relação ao comportamento dos filhos. Isto porque a contaminação na faixa etária até dez anos é comum e faz parte do processo de assimilação do corpo para desenvolver anticorpos. “Antes mesmo do período chuvoso já havíamos percebido esse aumento dos casos, mas nada que cause alarme, pois é resultado do contato mais próximo das crianças no ambiente escolar. De certo modo isso é importante pois irá garantir uma reserva imunológica que é importante para o desenvolvimento de defesa durante o crescimento”, disse Oscar. Ele lembra que a presença de quadro febril, quase sempre é o indicador de alguma alteração, mas também de que o corpo está reagindo a presença do vírus. E que, em geral, o uso adequado do antitérmico costuma ser benéfico, já a partir dos 50 minutos após a administração da dose. Entretanto, caso haja persistência da febre por dois e até três dias é importante a busca de atendimento especializado. Em especial para casos de diarreia intensa, já que há risco de desidratação. Por isso, nestes casos, os pais devem ficar atentos.
“A infecção viral tem sido detectada em todo o País e tem como característica sintomas mais leves ou mais intensos. A febre é algo que chama a atenção pois é um alerta de que há uma alteração, mas ao mesmo tempo é uma defesa do próprio organismo”, completou o especialista.
Crianças menores de dois meses, por não terem a imunidade amadurecida, precisam de atendimento especializado já quando forem detectados os primeiros sintomas. E, naquelas maiores, se persistir moleza, mesmo após administração médica, olho fundo, e cansaço ao respirar é necessário que sejam acompanhadas por um profissional. “Mas em geral, administração correta de um antitérmico para crianças maiores, conforme sua idade, têm efeito positivo já a partir dos 50 minutos. É importante hidratação e alimentação adequada”, destacou o médico. Por conta do aumento das chuvas, a presença das crianças em ambientes fechados, em contato com outras da mesma idade, também irá contribuir para o aparecimento de mais casos. De acordo com Oscar, um outro alerta importante é quanto aos casos de dengue e chicungunya, já que são doenças causadas pela presença do mosquito Aedes aegypti, e nestes casos é importante que as famílias possam evitar a presença de locais de proliferação do mosquito.