Saúde
NÚMERO DE GESTANTES COM HIV ESTE ANO JÁ SUPERA TODO O ANO PASSADO
Nos primeiros cinco meses do ano, 14 gestantes testaram positivo em avançado período de gestação


Uma situação tem chamado a atenção e preocupado profissionais do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) neste ano de 2022: a quantidade de gestantes que chegam à unidade com o diagnóstico de HIV/Aids. Os números dos cinco primeiros meses do ano já são superiores aos de todo o ano de 2021, conforme informações da unidade de saúde. De janeiro a maio de 2022, foram registradas 14 pacientes gestantes nesta situação, enquanto que, durante todo o ano de 2021, de janeiro a dezembro, esse número foi de 13 gestantes. O número está acima da média geral dos novos casos de HIV/Aids atendidos no HEHA em comparação a 2021, quando 352 novos casos de HIV/AIDS deram entrada no hospital, dos quais 13 foram gestantes. Já em 2022, de janeiro a maio, 142 novos casos começaram a ser acompanhados pelo hospital, dos quais, 14 são grávidas. A situação preocupa, uma vez que algumas destas pacientes já chegam ao serviço num período próximo ao parto, com tempo de gestação superior a 36 semanas, ou seja, início do 9º mês. Essa situação pode impedir que as mulheres façam uso da medicação antirretroviral pelo tempo necessário para prevenir com sucesso a transmissão vertical do HIV para o bebê. Em alguns casos, a equipe do HEHA orientou pelo retardamento do trabalho de parto para que o tempo de ação da medicação tivesse o efeito esperado. De acordo com a coordenadora do Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Helvio Auto, Lygia Antas, é imprescindível que as gestantes façam o pré-natal correto para que em caso positivo, seja detectado o quanto antes: “É necessário que estas gestantes positivas sejam diagnosticadas precocemente, embora se for descoberto no momento do parto, há como fazer profilaxia com medicação injetável na gestante e, assim que a criança nasce, ela também começa a tomar medicação, e em nenhuma hipótese, amamentar”, explicou.
No protocolo normal de um pré-natal feito pela Atenção Básica de Saúde (postos e programa de saúde da família) deve conter os testes para Infecções Sexualmente Transmissíveis, inclusive, o HIV. “Nós temos que reforçar a necessidade dos profissionais da Atenção Básica pedirem os exames no primeiro, segundo e terceiro trimestre da gestação, uma vez que os testes rápidos são disponibilizados pelo Estado aos municípios. Detectando a tempo e fazendo o acompanhamento devido, a criança nasce saudável sem o vírus do HIV”, destaca Lygia Antas.