
FAMÍLIA DIZ QUE VAI REGISTRAR BOLETIM DE OCORRÊNCIA
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Por TATIANNE BRANDÃO | Edição do dia 15/06/2022 - Matéria atualizada em 15/06/2022 às 04h00
“Meu irmão estava bebendo e caiu de uma altura de 41cm, na escada de casa. Ele ficou desacordado o tempo todo desde a queda, minha cunhada e os vizinhos tentaram reanimá-lo, mas não obtiveram sucesso. Por volta das 23h, eu consegui chamar o Samu e levaram ele pra UPA. Quando a gente chegou lá, eu tive que passar pela triagem e meu irmão pegou a pulseira verde, mas como não tinha muita gente, ele foi chamado com 15 minutos. Após o atendimento, o médico colocou ele na triagem e deu apenas soro, porque dizia que meu irmão estava com sono”, expôs.
Mesmo desacordado e sem esboçar nenhuma reação, Aldo Deolinda ficou em uma cadeira e não realizou nenhum tipo de exame, de acordo com os familiares. “No outro dia que fui lá, meu irmão estava na mesma cadeira, do mesmo jeito que deixei, sem camisa, no ar condicionado, desacordado, praticamente morto. Foi quando a médica do plantão do outro dia fez o atendimento e intubou meu irmão, 10 horas depois da entrada dele na UPA”. Depois de ser intubado, Aldo foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou sete dias internado, antes de morrer, no dia 8 de junho. A causa apontada no laudo do óbito foi traumatismo craniano.
“Se ele tivesse sido atendido na hora, como deveria, ele poderia ter sobrevivido. O médico do HGE disse que ele poderia ter algumas sequelas, mas estaria vivo”, ressalta a irmã.
Agora, a família disse que vai registrar o caso na polícia, do que eles classificam como negligência médica. “Vamos fazer o Boletim de Ocorrência (B.O) porque isso não pode ficar assim. Fui na UPA solicitar o prontuário do meu irmão, mas a direção se negou a dar. Pediram vários documentos, que eu vou providenciar e levar para eles. Isso não traz meu irmão de volta, mas o que eles fizeram foi uma negligência muito grande”, finalizou. Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde (InSaúde), responsável pela gestão da UPA Galba Novaes de Castro, esclareceu que o paciente foi admitido às 00h11mm do dia 31 de maio, depois de ter sofrido uma queda do terceiro degrau de uma escada, conforme relato de familiares. Segundo a nota, após receber os primeiros atendimentos da equipe multidisciplinar, seguindo o protocolo clínico para atendimento de urgência, o paciente foi estabilizado e devido ao quadro clínico foi submetido a intubação orotraqueal e estabilizado para ter condições de remoção, sendo encaminhado em menos de 24 horas para o Hospital Geral do Estado (HGE), unidade especializada no atendimento a usuários politraumatizados e que necessitam de assistência de emergência.
“Salientamos que UPA Galba Novaes de Castro faz parte da Rede de Atenção às Urgências, dessa forma, atua como primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizando os pacientes e referenciando-os para atendimento em hospital especializado, o que foi realizado no atendimento ao paciente citado”, destaca a nota.