Presen�a de sem-terra fecha sede do Incra
A sede do Incra está com as suas atividades suspensas desde a última terça-feira, 16, quando trabalhadores sem-terra chegaram a Maceió. Ontem pela manhã, policiais militares faziam um bloqueio à porta do prédio e do outro lado da rua, numa forma de preven
Por | Edição do dia 18/04/2002 - Matéria atualizada em 18/04/2002 às 00h00
A sede do Incra está com as suas atividades suspensas desde a última terça-feira, 16, quando trabalhadores sem-terra chegaram a Maceió. Ontem pela manhã, policiais militares faziam um bloqueio à porta do prédio e do outro lado da rua, numa forma de prevenir possíveis tentativas de invasão por parte dos trabalhadores que se mobilizaram, à tarde, em virgília pela morte dos 19 trabalhadores mortos no episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. As 1.200 pessoas integrantes do Movimento Sem Terra (MST) reservaram a manhã de ontem para descanso e momentos de articulação no acampamento montado na Praça da Faculdade, após longa caminhada rumo a Maceió. A praça conta com oito banheiros públicos e um tanque de onde retiram água. Segundo um dos coordenadores do MST, Cristiano dos Santos, o objetivo é permanecer mobilizados na Capital até o dia 1º de maio, dedicado ao trabalhador e a principal reivindicação é a substituição da atual direção do Incra em Alagoas e maior rapidez nos processos de desapropriação de terras. Há três anos não se faz reforma agrária em Alagoas, quando a meta era assentar 1.400 famílias. Só foram assentadas 346, disse Cristiano dos Santos, lembrando que 700 famílias deveriam ter recebido lotes já divididos e com as casas, e o restante receberia apenas o assentamento sem as devidas melhorias. Na opinião do coordenador do MST, a administração do Incra no Estado, exercida pelo superintendente José Quixabeira, está sendo considerada a pior gestão do País. Acredito que a direção em Brasília já esteja discutindo outros nomes para Alagoas, completou Cristiano.